Tsvi C. Nussbaum
 
 

Tsvi C. Nussbaum, nascido em 1935 na Palestina, é um sobrevivente do holocausto, possivelmente a criança fotografada no gueto de Varsóvia.

Seus pais imigraram para a Palestina em 1935, mas devido às dificuldades de sobrevivencia no conflito judaico-árabe,retornaram à Polónia, mais precisamente a Sandomierz, onde foram mortos, antes até dos judeus dessa região serem enviados para campos de concentração nazis, e o irmão dado como desaparecido.

Pouco depois Tsvi e sua tia se deslocaram para Varsóvia onde residiram por cerca de um ano até serem aprisionados(ele com 7 anos) no hotel Polsky, 29 Dluga Street,  (onde os judeus com passaporte para o exterior se refugiavam) e deportados para KZ, campo de exterminio de Bergen-Belsen.

Sobrevivendo até 1945 até graças ao passaporte e a um médico alemão e solto pelas tropas aliadas,se dirigiu para a Palestina, de onde ao fim de oito anos emigrou para o Estados Unidos.

Mesmo sem conhecer a língua inglesa, se formou em otorinolaringologista, com a intenção de tratar um seu tio que sofria de laringite adquirida num campo de concentração, residindo em 100 Phillips Hill Rd, New City, NY 10956

Casado, tem quatro filhas e dois netos

Há duas contestações de ser ele a criança fotografada:

A primeira de que teria sido aprisionado no Hotel Polski e não no gueto, sendo a foto dali e não do gueto

Que teria sido preso em 13 de Julho de 1943, vários meses depois do gueto de Varsóvia ter sido destruido  em 19 de Abril por ordem de Henrich Himmler , onde a foto foi encontrada

Nas suas palavras sobre o acontecido a  13 de julho de 1943: 
“Eu não posso prová-lo, mas não tem mais importância: eu não esqueci”
“Os alemães chamavam as pessoas para carregá-las num caminhão em frente ao hotel Polsky (onde os judeus com passaporte se refugiavam) . Eles tinham uma lista, mas depois percebi que não constava o meu nome. Os meus pais tinham já sidos mortos, a tiros, na minha frente. Eu não sabia o que fazer e saí da fila, quando um alemão gritou  ‘mãos ao alto’, e eu levantei as mãos, mas outro alemão disse ‘é apenas um menino, não se incomode,  ele vai ser mesmo fuzilado”.

 
 
 

As vezes preferiria que o menino tivesse ficado sem nome. Porque o assédio, as entrevistas, tudo me dá um sofrimento enorme. Mas depois eu penso que devo isso ao meu povo. Ao nosso futuro. Para aquilo que aconteceu não volte a se repetir nunca mais. Então eu consigo vencer o silêncio a que me havia imposto por quase 20 anos”.

 

Nota: o SS Josef Blösche  que se reconhece na foto supra com metralhadora, réu de participação em 1000 assassinatos de judeus, foi condenado à morte por tiro na nuca em Leipzig a 29 de Kulho de 1969, com 57 anos de idade.

 

Texto de Henrique Lacerda Ramalho, adaptado de:

 Wikipédia; Giulio Sanmartini;  Richard Raskin. A Child at Gunpoint; Aarhus: Aarhus University Press, 2004; Helge Grabitz and Wolfgang Scheffler; Letzte Spuren. Berlin: Edition Hentrich, 1988; WDR TV Documentary (by H. Schwan); The SS-Man Josef Blösche. 2003