RevisTTa
(MOMENTOS
ETERNOS)
E o vento levou ...
Edição TTNeves - Arte Rivkah
EDITORIAL
Mais um
clássico do cinema junto aos Poetas !
E não dá
para fugir: em 241 minutos, o filme cria sim momentos de grande beleza. Ou
melhor, o padrão ainda é a estética-novelão do cinema dos anos 30 e 40 em que
todas as mulheres suspiram "oh" antes de falar qualquer coisa, mas sabendo
lançar a contemporaneidade do nosso olhar sobre isso é que se encontra a força
do filme. Até a cena do rabanete vira bonita. É um empreendimento que exige um
pouco de paciência, é certo, mas deve ser feito pelo menos uma vez na vida, nem
que se demore a vida inteira para chegar ao fim.
Além do mais, a pimenta do filme está mesmo na relação de
amor e ódio, orgulho e cinismo entre Rhett e Scarlett, e essa muito pouco tem de
água-com-açúcar.
Portanto, faça um esforço, reserve alguns dias da sua
semana, exercite a paciência, mas não deixe de assistir e não desista no meio.
"...E o Vento Levou" é, sim, tão bom quanto dizem.
A melodia nos leva sempre a sonhar
a pensar na força da terra
e no lugar das nossas origens !
Maria Thereza Neves
Poetas
Nádya Haua /Nel Meirelles/Francisco Marques/José Kappel/Rogerio
Miranda Miranda/Inês Marucci/Daniel Bartholomeu/Ayla Alvim de
Paiva/landell/LíveaMessina/Nay/MariaHelena Sleutjes/J.B.Xavier/Carlos Rodolfo
Stopa/Celina Miranda/Arneyde T.Marcheschi/Fernando Tanajura/Aisha /Nancy Cobo/Lu
Colossi/Marcos Bastos/Vincent Benedicto/
RivkahCohen/Maria Thereza Neves
E o Vento
Levou
(Gone With the Wind, 1939)
Direção: Victor Fleming
Origem:
Estados Unidos
Gênero: Drama/Guerra/Romance
COMO
O VENTO
Nádya Haua
Eu era como o
vento
A brisa que tocava teu
peito
Que mesmo
distante
Exalava nosso cheiro no
ar.
Retorno ao ninho
e,
Provoco tempestades e
vendavais
Em meio à calmaria de nosso
lar.
Queria mostrar-te o âmago do
abismo
Carregar-te aos velados
céus
E, repousar-te em meus
braços.
Eu era como o
vento
A tocar tua pele
macia
Rodear as portas de tua
alma
Velando teu
sono
Em minhas noites
vazias
Aos pés desse
amor
Que ainda me
sustenta.
Sinopse
Narra a complicada vida de Scarlet O’Hara (Vivien Leigh), seus amores e
desilusões em um período que tem a Guerra Civil Americana como pano de fundo.
Clark Gable é Rett Butler, um vivido aventureiro que passa pela vida de
Scartlet, em uma relação de amor e ódio marcada por conflitos já clássicos e
cenas inesquecíveis de amor. Praticamente o inventor das telenovelas, devido aos
conflitos constantes de emoções manifestadas e o romance como tema – não
necessariamente por uma outra pessoa, e sim por uma causa, lugar ou qualquer
outra coisa que se refira sentimentalmente ao personagem.
calix
Nel
Meirelles
a gaivota
desenha no
meio
do horizonte
o til do não
no sim das montanhas
dormem
os pontos
de interrogação
Elenco Principal:
Ann Rutherford, Barbara O'Neil, Butterfly
McQueen, Clark Gable, Evelyn Keyes, Everett Brown, Hattie McDaniel, Leslie
Howard, Olivia de Havilland, Oscar Polk, Thomas Mitchell, Vivien Leigh
Num campo de
batalha
Francisco Marques
No campo da batalha
algures
num local
sem nome
Mesmo
com as balas
os tiros
de morte
que suspiram
designios de
destruição
Mesmo aí
algures
nesse campo de morte
penso em ti
aí longe
distante
Sinto em mim
os teus cabelos
o teu
sorriso
de sabor a vida
Do campo de batalha
onde nem sei
se
morro ou vivo
apenas sei
que é de ti
que minha vida
suspira
murmurios
de amor
Um filme não se torna um
dos mais assistidos de todos os tempos à toa. “...E o Vento Levou” é um épico
maravilhoso e inesquecível, que faturou inúmeros prêmios importantíssimos ao
longo da história: 10 Oscars, incluindo filme e diretor; está entre os 10
primeiros na lista dos 100 melhores filmes de todos os tempos da AFI; é o filme
que mais faturou nas bilheterias de todos os tempos (segundo nossa matéria
especial sobre bilheterias, com o discutível reajuste dos valores), entre outros
números importantíssimos. Mas não são os prêmios que fizeram dele um grande
filme. Eles foram apenas conseqüências de sua magnitude que reside até hoje nas
telas.
O Tempo e a Vida
José
Kappel
As tiras róseas caiam
como pêndulos mágicos
sob seu rosto.
Mechas desfainadas
lhe
davam um brilho purpúreo,
que se visavam entre os olhos
esverdeados,
como se fosse uma
a dualidade entre a fantasia
e uma realidade que
jamais
viria a alcançar.
Espaço ralo de terra
que nos separavam
à luz de um poente desbravado,
como vulcões sem nome
e sem dono.
O giro do pombo, na córdea
do espaço, o falante arquejar
de
pássaros no ar, trazia
uma plenitude que, no interior,
jamais viria a
possuir.
Se nisso passou num
minuto - de poderosos
dez anos -,
ficando como arder
de preventivo e angústia,
o resto da vida.
Naquele tempo
éramos como dois
pássaros instigados
por
rodear de mãos dadas,
por descobrir um mundo
que só a nós pertencia.
De qualquer maneira,éramos
maqueteados por amor,
coloridos por
mágicos azuis,
com dobras de carmim afeitados.
Outro dia, mespasso
atravessei a rua de solavancos,
e, vi, radiante do outro lado,
meu
sol de ontem,
meu outono de imensos espaços.
Tal havia envelhecido,
tal havia perdido o acórdão das
mesclas de juventude.
Mas
guardava ainda,
entre os manjares de olhos,
a sobrevida que jamais eu
alcancei,
e por mal de deuses entristecidos,
me cativaram prá sempre no
soslaio
dos porões dos homens.
Ela passou,
eu passei,
rasgamos o tempo de vida.
Cada um para um oeste,
cada um
esperando
nosso cada um,
que o tempo, sábio,
havia de esquecer.
Victor Fleming (de O Mágico de Oz, lançado também
em 1939) acabou como o diretor da obra, mesmo tendo dirigido um pouco menos da
metade de toda a filmagem. Isso porque o poderoso produtor David O. Selznick
trocou nada mais nada menos três vezes de diretor, não creditando nenhum outro
pelo trabalho. Seu poder na obra era tanto que até dirigir algumas seqüências ao
longo da produção ele dirigiu. David foi muito feliz em sua visão da força da
obra, que poderia render um bom fruto cinematográfico. Comprou então os direitos
autorais para transformar o livro de Margaret Mitchell logo que sua distribuição
ao mercado foi lançada pela colossal quantia de 50.000 dólares. Se o livro fosse
um fracasso, seria bem provável que o filme fosse pelo mesmo caminho, afundando
junto o produtor, os diretores, o elenco e os 15 roteiristas pelos quais a
história passou em mãos.
OÁSIS DE SUA
IMAGEM
Rogerio Miranda Miranda
De seus olhos,
vejo duas flores
se abrindo,
uma para
perfumar
seus desejos
e a outra para alimentar
sua vontade de
amar...
No seu corpo
descobri a suavidade
do jardim
de seus
desejos,
colhi as flores do prazer,
e me embriaguei
em sua
paixão...
No deserto da saudade,
procuro um oásis
onde possa estar
você,
e encontro sua miragem
se banhando nas
lembranças
de meu
pensamento...
Sua voz
procuro no vento,
que percorre o tempo
nas orações que você
pronuncia ao criador
toda vez que olhas para
o céu
para agradecer pela
vida, que Deus
te
presenteou...
Seu nome
a beleza dos
olhos de Deus,
e a força
do tempo
que traz a chuva
para molhar
a esperança
de seu
futuro...
História que narra a complicada vida de Scarlet O’Hara
(vivida magistralmente por Vivien Leigh), seus amores e desilusões em um período
que tem a Guerra Civil Americana como pano de fundo. Clark Gable é Rett Butler,
um vivido aventureiro que passa pela vida de Scartlet, em uma relação de amor e
ódio marcada por conflitos já clássicos e cenas inesquecíveis de amor.
Força estranha
Inês
Marucci
No meu sentir latente soprou uma voz serena,
anunciando breve cura do
meu vicio de existir,
na presença d’alguém que comigo vai repartir
meigas
cores escondidas nas dobras da rotina!
A espera tardia machuca e faz
supor batalhas
no encalço dele,desertos e florestas rasgando;
nos sonhos
lascivos eu catav’afeto às migalhas
de teus lábios cegos,outras bocas
adocicando!
Amamos só como dois sóis deitados
n’entardecer,
trocand'ardentes beijos,platônicos e sigilosos,
e choramos
quand’os gorjeios querem alvorecer
e nos sonhos d’amor matar os anseios
carinhosos!
Em meio à bruma total dos meus sentidos oscilo
d’onde
record’esse príncipe que’inda vai chegar,
mas a emoção sensual já vem minh’
alma açoitar,
neste rosal juncando aos meus pés o puro e belo!
Conheço
a brasa d’olhar,a volúpia dos sorrisos,
o rio sinuoso d’intenções quase
surpreendentes,
não do filme, conto, poema,arrepios deliciosos.
Vem de
longe tua alma em marolas refulgentes,
muito antes do sonambular da
solidão profunda
ou de se sentir azuis florescências da saudade.
Um
mistério me dá um tocante e fugitivo enleio,
trazido pelo impulso doce que d’
amor me arde!
Este filme praticamente inventou as telenovelas,
devido aos conflitos constantes de emoções manifestadas e o romance como tema –
não necessariamente por uma outra pessoa, e sim por uma causa, lugar ou qualquer
outra coisa que se refira sentimentalmente ao personagem. Por isso, não estranhe
se, ao assistí-lo, você ficar com a sensação de “já vi isso tudo antes em algum
lugar”.
Scarlet é uma personagem bastante complicada, uma vez que em plena
época de protagonistas perfeitos, de ideais fortes e ordeiros, ela se apresenta
egoísta e determinada a passar por cima de todos para conseguir defender sua
terra que tanto ama – Tara.
Antes morrer
Daniel
Bartholomeu
O que será que eu fiz de errado?
Ofereci meu amor,
prometi minha vida
Não estava em meus planos essa despedida
Sua atitude em
me deixar de lado
Sei que antes minha paixão contida
Não te deixou
saber que você era amado
E com medo de sofrer e também envergonhado
Fugi
de mim mesmo, com a alma partida
Da minha vida não espero mais nada
Se
o que eu mais quis eu não pude ter
Tenho os olhos fechados e a boca
calada
Digo então que posso até morrer
Morrer de doença ou com uma
facada
Antes morrer do que não ter você
Isso pode soar feminista e irritante para alguns, mas
na verdade é justamente aí que está o charme da personagem. Seu modo de lutar,
sua força de vontade para trazer o bem aqueles que a rodeiam, sem nunca deixar
de pensar na própria felicidade fazem de Scarlet uma personagem complexa e
bastante profunda.
ANDANÇAS
Ayla Alvim
de Paiva
Nas minhas
andanças eu vi...
Gente com medo de gente,
Gente correndo de
gente,
Gente matando gente,
Gente parecendo não ser gente.
Nas
minha andanças ouvi...
Choro de gente contente,
Risos tão
descontentes...
Pedidos de gente carente,
Lamentos e pragas de
gente.
Nas minhas andanças senti...
O medo que essa gente sente.
O
medo que enlouquece a gente.
Chorei por está contente,
Sorri também
descontente.
Inúmeras cenas marcam esta forte
caracterização de Scarlet. Em certo momento, ela chega a matar para impedir que
os ianques retirem o pouco que restou de sua casa após o término da guerra. O
que não necessariamente corresponde ao final do filme, uma vez que ele procura
explorar também as horríveis conseqüências do pós-guerra em cenas
chocantes.
Sorrir com lagrimas nos
olhos
landell
Sonhar com o que se acabou
Ou dizer que não sinto
essa
Grande dor.
Por findar o nosso Amor.
Mentir me seria mais
fácil
Mais a honestidade que
Existe em mim não me
deixa
Faze-lo.
Sorrir com lagrimas nos olhos
Dizendo-te que é de
emoção
Por sentir o calor de sua mão
Isso sim, pois faço por
mim.
Deixar transparecer o que eu
Sinto, e verdades que não
minto.
Isso não machuca ninguém.
Às vezes até me faz bem.
De teu
desprezo já me acostumei.
Dói menos do que quando penso
Que um dia te
amei, e meus ideais
Pelos teus eu troquei, e me
acabei...
Outra, por exemplo, pode ser facilmente identificada
como quando Scarlet parte em busca do doutor em pleno campo de batalha, para que
ele faça o parto em Melanie Wilkes (Olivia de Havilland). A câmera vai se
afastando e subindo em um gigantesco traveling para mostrar a dimensão dos
mortos e feridos naquela batalha – uma cena fantástica, por sinal, ao combinar
perfeitamente o incrível número de figurantes com a avançada técnica de filmagem
da época, que só foi possível por causa de um imenso guindaste.
ENLAÇADOS PELO
AMOR
Lívea Messina
Dentre os mais nobres
sentimentos
Escolhi te amar
Amar incessantemente
Amar muito
Sem
barreiras
Sem fronteiras
Amo demais
Também tenho esse amor
Amor de
meu poeta
Amor sincero
Amo a maneira que me olha
A maneira que me
toca
A maneira de me beijar
Sinto arrepios
Quando ouço sua voz ao pé do
ouvido...
Dizes tantas coisas...
Fazemos
juras...apaixonadas...Eternas...
É maravilhoso estar contigo
Nossos
desejos saciados
Por nossos doces sentimentos...
Se misturam em nossos
versos,
Meus hulmides versos,são pra ti
Meus devaneios de
amor...
Minhas loucas fantasias
Quero realizar contigo...
Nossos
pensamentos
Se encontram,se amam,se enlaçam
Nesse lindo amor!!!
Só te
digo,poeta...
Como é bom amar você...
As cenas de
Butler funcionam quase que em sua totalidade em função de Scarlet, uma vez que
ela está praticamente presente em todas as seqüências com o aventureiro. Em
particular, a cena do primeiro beijo, enquanto ambos fogem da cidade incendiada,
é uma das mais famosas da história. Scarlet está jogada nos braços de Butler,
inteiramente vulnerável, enquanto este se aproveita da situação e beija nossa
protagonista de força romântica e única, tudo fotografado em uma semi-silhueta
de fundo rubro.
Sonho Ou
Realidade
Nay
Eu transpus meus limites e
cresci
ao me entregar ao amor, descobri
o que em mim tem valor então ri
Pobre de quem não riu...
E no fim do sonho acordei
e ele estava
lá como um rei
dizendo me amar como sonhei
Pobre de quem não ouviu...
Vemos esse amor entre os dois crescendo de forma
quase que inaceitável por parte dos personagens, que aos poucos vão se rendendo
e passando a se ajudar não só por uma questão de sobrevivência ao meio, e sim
por amor.
SONETO PARA UM AMOR ERRANTE
Maria Helena
Sleutjes
Perdido no tempo,
dono da vida
Anda este amor errante
Singrando mares desconexos
A
procura de uma ilha.
Os dias se sucedem há tanto tempo...
As
noites vêm beijar o horizonte
E longe de todas as terras habitadas
Este
amor apenas viaja sobre as águas.
O mundo das águas é mais seguro
Que
o mundo dos homens
Por isto nesta espera este amor se realiza.
O
mundo das águas é mais seguro
Que o mundo dos homens
Este amor não quer
aportar em terra firme.
Quando digo que a técnica de “...E
o Vento Levou” é avançada para a época, não achem que eu estou exagerando. Para
dizer a verdade, isto é até pouco perto de sua representação na história, uma
vez que esse filme foi o primeiro a faturar o Oscar de melhor filme, feito
originalmente a cores. Isso mesmo, aquela outra silhueta famosa, onde Scarlet
declara seu amor à terra, foi originalmente filmada a cores e, acreditem ou não,
em locação. Como Victor sempre mostrou competência ao trabalhar com cores, mesmo
elas sendo uma novidade no modo de fazer cinema (vide novamente
A LUZ DO TEU
SORRISO
J.B.Xavier
Feres-me o coração,
Rasgas-me a alma,
Quando me lanças esse olhar
de indiferença,
Essa omissão, que mais me destrói a cada dia...
Deixa-me,
se já não te apraz o meu ninho,
Mas recusar-me o gesto de carinho,
É me
lançar nesse oceano de agonia...
Segue os ditames de tua consciência
Mas
não expulses do olhar essa inocência
Pela qual, um dia, me apaixonei...
És
maior que tua indiferença, bem o sei,
Maior que minhas próprias
crenças...
Maior, muito maior do que tu pensas,
E no amor infinito que te
dediquei,
Foste um dia a mais gentil das recompensas...
Feres-me o
coração,
Feres-me a alma,
Quando renegas assim, nosso passado;
Quando
as nuvens dos sonhos
Forravam o chão de nossa caminhada...
Não blasfemes
contra a meta inalcançada,
Nem maldigas os caminhos que nos
separaram...
Bendize os amores de todos os que te amaram,
E que, como eu,
cruzaram por tua estrada...
Em meu mundo foste a voz entrecortada,
De um
amor que foi às raias da loucura...
Foste a promessa, o beijo, o presente, a
jura...
Os hinos, as ausências, as saudades, a esperança
De um sonho que
se desfaz quando se alcança...
Rasgas-me a alma,
Rasgas-me o
coração,
Quando sequer deixas-me ficar à distância
Na qual, sonharei meus
sonhos, e acalmarei a ânsia,
De te ver seguindo noutra direção...
Até onde
me for possível, seguir-te-ei os passos,
E se um dia, dominarem-me os
cansaços,
Segue em frente, e não olhes para trás.
Porque se olhares para
outrora, hás de ver,
Uma alma feliz e adolescente,
Que se entregou total e
alegremente
Ao teu amor, e por ele está a morrer...
Rasgas-me a
alma,
Feres-me o coração,
Quando recusas a mão
Que cheia de carinho te
ofereço...
Não serei eu a estabelecer um preço
Pelo qual possa comprar os
teus amores...
Dispostos a pagar esse tributo,
Deve haver outros tantos
compradores,
Que nada entendem de carinho e afeição.
Eu não quero, para
lembrar-me o paraíso,
Nada além de alguns segundos de atenção,
E a luz
ocasional do teu sorriso...
Mágico de Oz, que tinha uma complexa composição de
cores em seus quadros), ele insistiu e gravou várias vezes a cena em locação,
não se rendendo ao luxo e a facilidade de ir para um estúdio filmar esta
seqüência para alcançar a beleza desejada.
Se pararmos para analisar, este também é um dos
grandes trunfos de “...E o Vento Levou”, saber utilizar as locações de maneira
verossímil e satisfatória, sem perder a magia e o encanto da obra. Só que para
algumas seqüências mais complicadas não houve jeito: a solução foi mesmo filmar
tudo em estúdio.
Elegia do Amor
Perdido
Carlos Rodolfo Stopa
[Um louco gritou para a praça
vazia: o amor não existe!]
... e o meu olhar se embaça das lágrimas
saltadas
Que escorrem soltas sobre meu rosto triste.
O sal quente nos
meus lábios sem parceiros
Tem o gosto amargo da solidão
irrecorrível...
Se nada posso fazer para emendar as pontas que
desatei,
Pelo menos não quero pisar nas feridas que causei!
Quero apenas
sacudir de mim o pó dessa viagem doida,
Pensar as lacerações das pedras em
meus pés cansados,
E arrancar os espinhos ‘inda cravados em minha
carne.
Não se apagam as mágoas: levarei a vida a curtir esse fado...
À
noite, o travesseiro será o consolo das minhas fráguas,
E por muito tempo,
quando de cansaço eu dormir,
Os meus pensamentos voarão nas asas dos
sonhos.
E então, nos expiares dos olhos da minha imaginação
Surgirá a
clara visão do teu rosto crispado de dor,
Firmando a certeza de que essa
expiação não terá fim...
Nem mesmo as brancas asas dos sonhos trarão de
volta
O sorriso ao meu rosto e a paz aos meus dias
nublados...
[Excerto do meu "Diretório Agora"]
A cena em que Scarlet foge com Butler e Melanie na
carroça, por exemplo, além de muito bem escrita (“[...] não perca o cavalo, já
deu muito trabalho roubar esse”), foi simplesmente uma das mais fantásticas já
filmadas em Hollywood. Vários estúdios inteiros tiveram de ser entregues às
chamas para que tudo ficasse real e assustador.
ELOS DA
VIDA
Celina Miranda
Pessoas são como
elos...
Elos que se entrelaçam pela força do
destino,
Elos que se definem pelo livre
arbítrio.
Pessoas formam
histórias,
Histórias de vida com rumos pré
destinados.
Histórias de vida de livre escolha
dos próprios atos.
O nosso eu é formado de
pessoas...
Pessoas que amamos,
odiamos,
especiais ou
insignificantes.
A nossa história é formada
por pessoas.
Muitas delas ficam apenas um
pouquinho conosco...
Outras uma eternidade de
tempo físico...
Outras uma eternidade de tempo
imortal.
Essas ficam
conosco
mesmo depois que o elo físico se
rompe...
São relações eternas de
amor!
O rompimento doloroso só é capaz de
provocar
o afastamento da
matéria.
Do espírito
jamais...
São essas as pessoas que
fundamentam
o nosso alicerce de
vida....
Elas vão e ficam ao mesmo
tempo.
São pessoas que jamais nos deixam sós,
Pelo simples fato de morarem dentro de
nós...
Essas são elos
inquebráveis,
que nos tornam capazes de
ser
também elos em outras
vidas...
Elos de
amizade...
Elos de
amor....
E assim é a corrente da vida,
Onde as pessoas formam sempre
elos...
Sinto que
vivemos
em uma nova era de
relacionamento
elos...
elos virtuais... mas tão
reais
Elos que nos marcam
profundamente.
O sucesso na execução foi tanto que alguns
vizinhos da MGM chegaram a chamar os bombeiros achando que o estúdio estava em
chamas realmente. Mas na verdade, nada mais do que os antigos cenários de King
Kong (1933) estavam sendo queimados e quase duas horas de incêndio filmados para
um maior realismo chegar às telas.
FAZER AMOR COM VOCÊ UMA
LOUCURA!
ARNEYDE T.
MARCHESCHI
Ah! Como é bom fazer amor com
você!
Você que Deus,colocou em minha
vida,
que foi escolhido para me
amar,
ensinar a
viver,
a
sorrir,
a
cantar,
a
chorar...
Você que veio preencher o meu
vazio.
Como eu confio em
ti,
meu querido, minha
vida!
Como ouso entregar-me por
inteira
sem
medo,
sem vergonha do
meu
corpo nu diante de
você!
Como adoro quando você me
olha,
me desenha com seus olhos
famintos
Me desnuda
toda...
até
minh'alma...
minhas
entranhas!
Ah! Como é gostoso ficar em seus
braços
depois da explosão do
amor,
de ter
sentido
aqueles gostosos e loucos
orgasmos!...
Ah! Se eu pudesse ficar sempre assim, meu
amor,
presa em seus braços a
beijá-lo,
a
acariciá-lo,
sentindo sua língua
quente
a deslizar no meu
corpo,
me
transportando
ao infinito e não voltar
mais...
Queria ficar sempre
aconchegada,
sentindo o seu
calor,
quieta,
ouvindo seus gemidos de
prazer
e desfrutar a felicidade de
ouvir
o que eu mais
gosto;
quando
você
me
ama,
me beija e
diz:
Como eu te amo,
princesa!
E nos enlaçamos...e
recomeçamos
a dança do amor com maior languidez!
Para entender um pouco a grandiosidade de “...E o
Vento Levou” basta pensarmos que, de mais de 28 horas de cenas filmadas, apenas
4 foram utilizadas no produto final. Horas e mais horas foram gastas na edição,
sem ao menos David ter consultado algum de seus diretores para nenhum dos
cortes. Uma produção imensa que custou aos cofres da MGM cinco milhões de
dólares, quantia irrisória se pensarmos nos valores atuais de produções, ainda
mais se pensarmos nos lucros que o filme deu e continua dando ao
estúdio.
SONHOS AZUIS
Fernando
Tanajura
Debruço meu olhar sobre o azul
Não o do céu
Não o
do oceano
Mas o daquela linha distante
onde os dois se juntam e,
violentamente,
me empurra para todos os horizontes
O azul do horizonte
visto alargado
ainda quando a criança que fui e que há muito deixei de ser
Sabiamente, com garra, não deixei escapar a percepção de ser
Horizonte
dos horizontes multiplicados em
infindáveis tonalidades azuis
Deixo
crescer os azuis dos horizontes
como quem não tem outra opção senão a de
Amei em águas distantes que
só agora esta linha fina ao longe me faz
lembrar que todo o amor
desgastado,
triturado,
dobrado em peças
finas de cambraias
também era de cor azul e
a confusão dos atos não me
fez perceber a tempo
No calor das chamas, não senti
que o fogo teve o
poder de embotar o meu pensar
Queimei-me em labaredas selvagens
Molhei meus ossos com ungüentos satânicos
Ardi minha alma em profanas
celebrações
Desprezei as pérolas!
Paguei todos os meus pecados
e
agora tenho um crédito
Nunca tinha notado isso antes e foi preciso
eu debruçar o meu olhar nesse horizonte,
neste exato momento,
para
que tomasse consciência do fato
Precisei desfolhar as dobras dos atos idos,
já mofadas pelo frio, já flácidas pelo úmido passado,
um tanto frágeis
pela falta do manusear
Pensei que tinha esquecido de tudo,
apagado
de uma vez por todas da memória --
agora acostumada pelo entupimento de
experiências provocadas propositalmente e com intento acertado
Vã ilusão
adormecida!
Determinado medo que sempre fingi não existir
e que o meu
silêncio quis iludir todas as lembranças
deliberadamente negadas: azuis
Ah... tolo fui em não querer perceber
que tudo o que criava para
empuxar
um passado inapagado pelas cinzas,
cedo ou tarde,
renasceria
como fero fênix,
vivíssimo a me mostrar que tudo foi assim, azul
Arranhei-me,
rasguei o sangue na garganta,
dilacerei a carne
como o agricultor separa a terra com uma enxada,
quis me arrebentar por
dentro como que querendo a morte
Corri com o pé-de-vento tentando esquecer,
tirei o pé da cova como num milagre
e revivi sonhando com outra vida a
vir
Pensei com azeite doce os olhos das feridas,
deixei que as
cicatrizes se apagassem sós
Fiz um plantio demente de uma inconsciente
semeadura
Enquanto um azul ali adormecido
multiplicava-se em outros
horizontes,
tantos outros azuis se dilaceravam em outras águas,
pululando em choros em vidas em novas formas
Se coloquei os olhos na
caixa para
esse fecho de luz por tantos fevereiros,
tudo foi em vão e
inútil
Os olhos, desencaixados, se abriram e,
agora, mais que nunca,
consigo ver todos os azuis
O azul do céu
O azul das águas e dos
sonhos
O azul das linhas de todos os horizontes
que me transportam para
o sonho de outros sonhos
que serão azuis
Vivien Leigh foi uma felizarda. Convenhamos,
entrar em uma produção desse tamanho, com as filmagens já iniciadas e ser a
escolhida dentre mais de mil atrizes cotadas para o papel não é apenas talento,
é sorte também. Bette Davis (do ótimo A Malvada) foi uma das que recusaram o
papel de Scarlet, para sorte de Vivien.
Sonhos soltos
Aisha
Queria
escrever meu nome
nas águas calmas do ribeirão,
sorrir dos laços
desfeitos
que por leito tomam o chão.
Queria a letra da música
que
alguma ave cantou,
galopar nas crinas do vento
que em outro tempo meu
corpo tocou.
Queria o sim negando meu não,
o que há de vir, deixar no
amanhã
fechar meus olhos e apenas sentir
a vida trazendo o gosto que tem a
maçã.
Queria meu corpo em sol
tocar em raios o prazer de
existir
pisar o branco da pura neve
e como criança, sonhar e
sorrir.
Queria abraçar a vida
como ela sempre me abraçou,
um beijo
queimando o corpo,
desejo amante, assim eu sou.
Ela balanceou perfeitamente a ingenuidade que Scarlet
deveria ter no início do filme e protagonizou uma bela mudança de comportamento
da personagem devido ao rumo que as coisas tomaram na história e conforme suas
necessidades foram se apresentando. Já Clark Gable parece não ter tido muito
trabalho para interpretar Butler, uma vez que ele é o tipo de personagem
galanteador canastrão que estava acostumado a encarnar. Não que fosse uma tarefa
fácil interpretar Butler, mas Clark já sabia a medida certa de romantismo e
esperteza que deveria conceder ao seu personagem para que ele nunca atraísse a
antipatia do público com o desenrolar da história, mesmo com as sacadas que ele
fazia com Scarlet. Butler sempre se mostrou louco por Scarlet, essa é a
verdade.
O Vento e Você
Nancy
Cobo
Outono chega,
com ele vem o
vento
que leva as folhas ao chão,
fazendo com que as águas fiquem
revoltas...
Mas, também, trazem você para mim.
Em meio a ventania,
começamos a nos amar
deixando exalar o cheiro do nosso Amor
que fica
no ar saciando os nossos desejos,
as nossas vontades,
fazendo com que a
brisa fale por nós.
Mas o mesmo vento que o trouxe,
leva-o embora
e deixa tudo revirado no meu coração,
ficando tudo fora do
lugar.
E nessa ventania,
fico aqui sem saber se vais voltar,
mas
sempre a te esperar.
Grito
Sim!
Lu
Colossi
Grito sim, vez
primeira
Pelo amor que tive e foi
embora,
me escapou das mãos, mãos
que tentaram em vão fazer
ele
voltar a vida...se foi para
sempre,
e em uma estrela por aí
deve
estar a brilhar pela
eternidade.
E grito sim, novamente
Pelo amor que tenho e agora
é ele que não quer
ir embora...
Tão distante de mim,
como
se minha vida fosse
uma
constelação de
estrelas,
todas belas, todas
minhas,
mas sempre só
ao longe,
eu posso tê-las...
Mas claro, há problemas em meio a isso tudo.
Acontece tanta coisa na história, mas tanta coisa, que o filme fica cansativo de
se acompanhar nas primeiras vezes em que é assistido. Com o DVD é perfeitamente
possível assistir “...E o Vento Levou” em várias seções sem que ele perca seu
clima ou charme, mas ver tudo direto é uma missão complicada e que exige
disposição. Como estamos nos referindo também a uma época pré Cidadão Kane, onde
muito da linguagem cinematográfica ainda não estava desenvolvida, é fácil também
achar algumas partes primitivas e extremamente ultrapassadas.
PEDAÇOS
Marco
Bastos
Ai vida ! saudade de não sei o quê...
A gente vai
andando
por esses caminhos,
dos nossos dias tão lindos,
e os lindos
carinhos
vão ficando na gente
como flores...
Ah! flores que
marcaram
os meus passos
e os teus passos,
florindo...
Ah!
gente que vai,
fazendo da nossa alma
pedaços...
Mas pelo fato de ter sido feito antes da obra-prima
de Orson Welles e mesmo assim apresentar algumas tomadas ótimas, “...E o Vento
Levou” consegue seus méritos em vários momentos. Duvido que alguém esqueça sua
canção tema, por exemplo. Muitas pessoas, inclusive, reconhecem-na mesmo sem
nunca ter assistido ao filme.
Despidos na chuva
Vincent
Benedicto
inconsciente mergulhado em
delírios
ausência trazendo saudades
ventos ecoando sussurros de
paixões
olhares inevitáveis se encontraram
corpos e braços
entrelaçados
corações pulsantes de emoções
lábios trêmulos perderam a
fala
despidos na chuva nos amamos
Lançado em uma época complicada da história, ...E
o Vento Levou construiu uma história tão interessante quanto a que é contada no
filme.
Paro com
antecipação
rivkahcohen
Em um
pedaço
do
caminho
fiquei para
trás
e seguiste
sozinho..
Encontrei
pensamentos em
farrapo,
nenhum
segmento,
atalho
e
mais
atalho..
Como se num
dado momento
fôssemos
forçados
a optar por um
dos lados,
mesmo não
querendo!
Afinal,
o que
ocorreu?
Em que instante
a lucidez
deu lugar à
altivez
que não se pode
ir a adiante?
Faço uma
reflexão,
volto alguns
passos
e por embaraço
não vejo com nitidez
se não foi
entregue a mão
ou se foi
retirado o braço.
Nessa
viagem
em busca da
razão,
paro com
antecipação,
antes que
alguém se arranhe
tal qual a
imagem desse arame
dando um nó na
imaginação..
Se vocês acharam emocionante Halle Berry ter recebido
seu Oscar aos prantos, o que dizer de Hattie McDaniel, que não pôde receber sua
estatueta de coadjuvante simplesmente por ser negra? Sua produção é de uma
grandeza igualada por poucos com o passar do tempo.
ventos dos tempos
Maria Thereza
Neves
disparo no voar das folhas
nas finas laminas caindo na grama
no
vento que com elas dança
no trigo dourado que balança
entro nesta
contradança
desabafo sentimentos-emoções errantes
escrevendo letras
estonteantes
nas curvas
e nos horizontes
debruço no tempo
tento deter os ponteiros da vida
vejo metas e sonhos correndo
nos
vendavais das estrelas
na poesia que venta sedenta
no declínio da luz
nos fragmentos da lua
nas ondas,nos escorregar das maresias
gravando
nas rochas
as folhas da nossa história.
Seus 10 Oscar (um honorário e outro técnico, por isso talvez
alguns o considerem vencedor de apenas oito estatuetas) representam um pouco da
imortalidade da obra. Para todos os cinéfilos de plantão, uma obra obrigatória
em nossa lista de filmes assistidos. Gostando ou não do resultado final, é certo
de que assistir “...E o Vento Levou” será uma experiência única para toda a
vida.
Pesquisa:
www.cineplayers.com/ filme.php?id=284
https://www.millarch.org/lernum.asp?id=9794/
https://www.ilhabrasil.net/texto.php?id=36
TTNeves e Rivkah