A
caminho,
chegava mil vezes no local.
Tirava os sapatos,
molhava os pés no mar.
Tudo ali tinha o cheiro dele
e o coração aos pulos,
só em imaginar..
Horas que pareciam dias,
minutos que se arrastavam
só para valorizar.
Mais uma chegada
e toda vez ele não estava
e por isso que tirava os sapatos
e ia até o mar..
De repente
uns pensamentos estranhos
em sua mente, começaram a povoar..
Poxa, fiz todo esse sacrifício,
meu coração nem pára no lugar
até parece pulsar dos meus ouvidos
para chegar lá e..
Se recusava a terminar.
Tinha saído às oito,
pois já queria no almoço estar lá,
duas horas de vôo,
mas parecia dar meia-noite
e nada de chegar!
Aeromoça:
Precisa de alguma coisa?
Sim,
pensou quase falando..
Preciso que ele
esteja me esperando!
Sorriu,
não ousou falar.
Tiram da sua frente a louça
e em seguida ouviu:
Logo iremos pousar.
Coração a mil,
um misto de alegria e medo.
O olho de quem passa,
o vidro, a vidraça,
tudo vira espelho
para mais uma vez se ajeitar.
Anda quase um quarteirão,
salas e mais salas,
escadas rolantes,
malas, bagagens de mão.
Avisei?
Claro!
Disse: Vou chegar!
Não sei se a mão foi à boca
ou se a boca, para variar,
chupava o dedo,
mas depois dessa expectativa louca,
quem é visto lá meio?
rivkahcohen
No back, Aeroporto Ben
Gurion
Tel Aviv