O jornal Visão Judaica foi fundado há
seis anos, tem formato tablóide, com 24 páginas, das
quais oito são coloridas.
A circulação é mensal e está atento a tudo o que diz
respeito aos judeus e a Israel. É um jornal com jeito de
revista.
Visão Judaica é hoje considerado um dos melhores
veículos de comunicação judaicos da América Latina.
Possui bons colaboradores, alguns muito conhecidos,
outros menos, escrevendo do Brasil e do exterior.
Suas belíssimas capas, produzidas por Aristide Brodeschi,
um artista plástico, são um diferencial a mais.
Publica artigos, notícias e entrevistas selecionados,
muito esclarecedores, que não são encontrados nem, na
grande imprensa, nem na mídia judaica regular
brasileira.
Seus objetivos são difundir o judaísmo entre os judeus
procurando transmitir a cultura, as tradições
religiosas, o idishkait; preservar a herança dedicando
bom espaço em suas páginas para as festividades judaicas
e as datas importantes, publicando material explicativo
e ilustrado a respeito de cada evento.
Dessa forma, também os não-judeus que têm curiosidade
sobre o judaísmo podem contar com uma fonte de
informação fidedigna, e conhecer melhor uma religião e
uma cultura multimilenares, da qual surgiram as demais
religiões monoteístas.
Talvez assim seja possível compreender as raízes
judaicas e o mistério de sua sobrevivência nesses mais
de cinco milênios, a despeito das perseguições sofridas,
da Inquisição, do Holocausto e também das Intifadas e
dos homens-bomba.
Outro de seus objetivos é denunciar as ações
anti-semitas, tornando públicas aos leitores e às
autoridades essas manifestações espúrias, ao mesmo tempo
em que publicam as reações dos leitores e as
providências das instituições e as medidas tomadas pelas
autoridades judiciais e/ou policiais.
Há ainda mais um objetivo: o de esclarecer a opinião
pública sobre toda a questão acerca do Oriente Médio e
do conflito entre os palestinos e Israel.
O jornal foi criado por Hana Kleiner, empresária,
Sheilla Figlarz, cientista social, mediadora e arbitra e
o jornalista Szyja Ber Lorber, O primeiro número
circulou em março de 2002.
Há tempos cada um vinha amadurecendo a idéia de um
jornal abrangente, que não ficasse só no meio da
comunidade judaica, mas que circulasse também fora dela,
e professores, estudantes, médicos, dentistas,
sociólogos, psicólogos, advogados, engenheiros, juízes
de direito, promotores, políticos, jornalistas, pastores
evangélicos e religiosos cristãos .
Os três acharam que deviam fazer algo a respeito.
Israel vivia o primeiro ano da Intifada e a imprensa
praticamente toda se voltou contra o país que unicamente
procurava defender
sua população atacada diariamente de forma covarde e
infame
pelos suicidas-bomba.
Jovens, mulheres, crianças, idosos, ninguém estava livre
de ser despedaçado a qualquer hora e em qualquer lugar
pelo ódio racial de mãos dadas com o fanatismo
terrorista.
Durante as operações defensivas do Exército de Israel o
que se via, ouvia e lia eram só condenações aos judeus.
Contra o terror e a matança indiscriminada, incentivada
coletivamente, nem uma só palavra.
Muitos viam os israelenses e os judeus como arrogantes
defensores da opressão aos palestinos.
O anti-semitismo volta a galope e em larga escala, na
imprensa, na internet, nas ruas, detratando, ofendendo e
amaldiçoando.
Instalava-se um clima hostil e muito fértil para os
racistas de plantão não só no Brasil, mas no mundo todo.
O preconceito e a ignorância ganhavam espaço
impulsionados pelas imagens da televisão exibindo,
tanques em marcha, casas palestinas destruídas e mães
aos prantos?
Para muita gente a questão do conflito ainda é muito
complexa, difícil de entender, cheio de detalhes
históricos, desconhecidos da maioria.
Era o momento, pensavam eles, de não só de assumir a
defesa do sionismo e da existência do Estado de Israel,
mas também de dar sua contribuição, como judeus,
ajudando a explicar para as pessoas o que realmente
ocorre lá.
E passaram a mostrar o outro lado da questão, que as
pessoas estavam sendo alimentadas com informações
unilaterais, parciais e até mentirosas como foi o caso
do já famoso massacre que não houve - o de Jenin.
Israel conseguiu conter os ataques dos
assassinos-suicidas-bomba, reduzindo a quase zero por
cento sua incidência, por meio de uma série de
providências, entre elas a construção e cerca de
segurança. Mas os palestinos lançaram mão dos ataques de
mísseis e foguetes, igualmente mortíferos.
Todo o mundo ajuda os palestinos financeiramente, mas
ninguém se dá conta que o dinheiro, ao invés de ser
empregado na saúde pública, no bem-estar, na
urbanização, na alimentação, na educação, é utilizado na
fabricação de mísseis para dar seguimento ao ódio contra
os judeus.
Muitos jornalistas têm um olhar sobre o conflito
completamente errôneo. Não raro, acreditam que o
conflito entre judeus e árabes é milenar e há até os que
crêem que vem desde os tempos bíblicos. Outros nem
perceberam ainda que o número diário de mortos no
Brasil, decorrente da violência urbana, principalmente
em São Paulo e no Rio, é muito superior ás mortes em
conseqüência do conflito entre Israel e os palestinos.
Pouco sabem sobre a ocupação dos territórios ou do por
que não ter sido instalado o Estado palestino entre 1948
até 1967, período de 19 anos em que não havia ainda a
ocupação israelense da Cisjordânia, nem de Gaza.
Israel é a terra dos antepassados judeus e a ela estão
ligados
por laços intrínsecos de amor.
Neste ano de 2008 comemora-se o 60º Iom Haatzmaut, que
marca o final da espera de 2 mil anos para ter de volta
a terra dos ancestrais e o país está aí, como um símbolo
vivo da integridade cultural, religiosa e histórica do
povo judeu.
Mesmo não tendo um só dia de paz nesses 60 anos, Israel
tem dado ao mundo renovados exemplos de destaque nos
campos da ciência, da pesquisa, da tecnologia, da
medicina, da informática e de tantos outros.