(MOMENTOS
ETERNOS)
Vincent Van Gogh
Edição
e Arte - RivkahCohen
Aos trinta dias do mes de março,
do ano de mil, oitocentos e cinqüenta e três, na cidade de Zundert
em Koninkrijk der Nederlanden,
em meio a monarquia, coroa, pompa e muitos conceitos
pré-estabelecidos,
nasceu o gênio Vincent
e obviamente,
não foi compreendido!
Se forem pesquisar sobre Vicent Willem Van Gogh,
vão ler que ele falhou
em todos os aspectos importantes para o seu mundo,
porém,
a história é contada sempre por quem sobreviveu e
claro,
apresentando sua visão dos fatos,
mas a meu ver,
uma pessoa incapaz não deixaria ao mundo,
essa pinacoteca, que hoje, é uma verdadeira
fortuna!
"Incapaz
de manter contatos sociais".
Acho que qualquer um que tivesse uma visão diferente na
época,
já não seria tido como normal
e ainda mais
sendo um artista que se recusava a pintar as damas da Corte,
sendo suas preferências os rostos expressivos do povo,
o trabalho na lavoura, o filho do empregado
e tudo que lhe passasse algum sentido.
"Incapaz
de custear sua própria subsistência",
mas se saíssem da mesmice de suas vidas fúteis, veriam o gênio
que ali estava e conseqüentemente,
dariam por seus quadros o suficiente para viver,
pois infelizmente,
só reconhecem o valor de um artista, depois que ele
morre..!
Foi necessário um colecionador do Japão ir a um leilão e dar o
lance jamais visto por um de seus quadros para que esta sociedade que escreveu
sobre ele, começasse a dar o seu devido valor!!
Infelizmente
para esse gênio que simplesmente amo,
suas últimas palabras lhe foram reais a sua vida
inteira:
"La tristesse durera toujours"
- A tristeza durará para sempre
-
Ofereço essa Edição à Maria Thereza
Neves
que foi quem idealizou essa forma de divulgação.
Com ela
estive junto, através da arte,
quando publicávamos pela Academia Virtual
Brasileira de Letras,
posteriormente
pelo Poesias e
Atualidades.
Após
muitos anos sem fazê-las,
um belo dia,
minha querida Ciducha
tirou do seu baú de
recordações
uma de tantas que fizemos.
Nossos corações cheios de saudades
resolveram
que poderíamos fazer sozinhas
e assim
apresentamos
vinte e cinco edições
e hoje,
aproveitando que ela se encontra ausente da
Net,
achei por bem
lembrá-la
e claro,
deixando registrado para as gerações
futuras
que um dia, há muito tempo
atrás
era possível
parar tudo que se estava
fazendo
e tendo como figura central,
alguém que também não queríamos
esquecer,
colhíamos
um poema aqui, outro acolá
com objetivo único
de unir esse povo sensível e em
extinção
chamado POETA.
POETAS:
Josemir
Tadeu/Nídia Vargas/Nathan de Castro/Watfa/José Luiz Donatto/
Maria Mercedes
Paiva/Sandra Ravanini/Silvane Sabóia/Sávio Assad/Jorge Linhaça/Elizabeth
Assad/Grace Spiller/Tere Penhabe/MaséFrota/Pedro Valdoy/
Lu Colossi/Anna
Peralva/Iara Melo/Maria Thereza Neves/ Arneyde Marcheschi/ Marise
Ribeiro/Nancy Cobo/Henrique Ramalho/Armand Duval/Sá de Freitas/
Célia
Jardim/Tonho França/Ângela Maria Crespo/Anna Paes/RivkahCohen
Dando
vida...
josemir tadeu
Retirar do
abstrato,
rompendo, alardeando
distratos.
Mas refazendo
vida.
Um ponto na
cor,
e na
vontade,
apenas a
acalmia,
da pura
verdade...
Incidência de luzes
multicores.
Multifatores.
Eu te dando
vida.
Fazendo-te
plasmar,
feito alma
rediviva.
Eu buscando o que
amo.
O que clamo e
proclamo,
estrada...
Sina, alumbre,
vislumbre,
história
encantada.
Construindo-te.
Palmo a
palmo,
feito sorriso
calmo,
de quem
ouve,
suave
sinfonia.
Eu e minha obra
prima.
Minha
primadona.
Minha vontade
primeira,
feito elo de corrente
infinita,
que se
estende,
forte, coesa,
bendita,
pelas cores
mágicas,
da tela,
que reflete,
quase à luz de
vela,
minha outra
parte.
Minha arte.
Minha musa.
Minha
metade.
Enfim,
tua figura.
Que me
incendeia.
Me
encandeia.
Feito chama de eterna
candeia.
Eu.
Assumindo e
expondo,
o que em mim se
elucida.
Verdade
cabal,
água, mel,
sal...
Arroubo, rompante,
lida.
Eu,
assumido em minha
alma,
a te dar
vida...
josemir (ao
longo...)
Aos 16 anos, Vincent começou a trabalhar para um comerciante de arte
estabelecido em Haia. Quatro anos depois
foi transferido para Londres e depois para Paris, mas Vincent estava cada vez mais interessado em assuntos
religiosos.
AQUARELISTA!
Nídia Vargas
Potsch
Quisera ser
aquarelista
da minha
própria vida
e pintá-la com
as cores
do alvorecer
... cores de viver ...
Numa cromia de
amor
lembrando
a melodia
que se sabe de
cor e
se guarda na
memória.
Juntaria as
tintas na palheta
fazendo
estranhas combinações.
Nuances de
todos os tipos
com pitadas
apimentadas
de diversas
sensações ...
Misturaria
alho com bugalhos,
criaria luzes
e matizes nacarados,
nem frios, nem
quentes,
num colorido complementar
refletindo
eterno encantar.
E no contraste
supremo
de beleza e
cor,
enfeitaria
minha vida
com
uma policromia de amor ...
...*...
Soneto
Desafinado
© Nathan de Castro
O meu poema é música sem
partituras,
rabeca troncha e sonsa de uma nota
só.
Paixão que bebe a doce clave das
loucuras
nas batutas do amor, poeira, pedra e
pó.
O meu poema é mote de enganar agruras,
jazz que
me envolve em tela azul de
rococó.
Pincel, paleta e marcas de velhas
cesuras
no corpo de sonetos que amarro e dou
nó.
Silêncio de relâmpago e luas
desertas,
luares e palavras de aluar
pateta,
para cumprir a sina: poeta ou poeta!
Sigo pelos caminhos de portas
abertas,
rasgando a solidão da palavra
concreta,
desafinando a orquestra e a ponta da
caneta.
...*...
Pollock
Watfa
Inusitados
instrumentos,
no controle de seus
usos,
lhe serviam de
pincéis.
Suas mãos continham
a
possibilidade da
criação.
Jorrar de tintas sobre a
tela,
lançada ao reto
chão,
no volteio dos
arabescos,
embutiam suas
intenções.
Vigor das coloridas
pinceladas
diziam, na sua grossa
espessura,
o que lhe ia n´alma
conturbada.
Surgia o grande
mistério!
Mergulhar nos moldes da
beleza,
como?
Imbuidos de nossos
significados,
tentamos a leitura
correta.
Ou a que nos é possível
decifrar.
Ou a que queremos lhe
dar.
Simplesmente embevecido
olhar!
Prevalece o belo nas
grandes telas
de Pollock.
...*...
Quadro
jose luiz
donatto
A arte enfoca o estático,
temário de um quadro
que é o drama da vida.
Linguagem nem percebida,
quando é o mundo que dita
a rota de quem acredita,
que aqui para
sempre termina
um ciclo de sorte ou de dor
de uma existência finita.
Na estrada evolutiva
o quadro sugere sempre
no ato
representado
uma cena linda pra vida.
Pois, atrás da existência,
sem enredo ou devaneio
a cena é repassada,
ora fim, princípio e meio.
Drástico é o enfático,
do real sempre perfeito
que apresenta a
moldura
do outro lado do mundo.
Se não melhorarmos a
mente
na dor do remanescente
de um passado no presente.
Fica a foto em cinza
e preto
de um retrato antecedente.
jjluizdonatto
...*...
Entre 1877 e 1878, estudou
Teologia em Amesterdã, mas não chegou a acabar nenhum curso no tema, em vez disso mudou-se para a Bélgica, onde se
ocupou como pastor laico por seis
meses.
As Cores de Deus
Maria
Mercedes Paiva
Deus, O Pintor dos pintores!
Num dia de muita
graça
de sua paleta tomou...
Suas tintas, seu pincel...
Resolveu pintar
a Terra.
E Adão o acompanhou.
Com o azul pintou o céu
reservando o
tom anil
pra certos dias de abril.
Tomou, então, da cor
verde
Pintou a copa das árvores
variando de nuanças,
a grama, as
hortaliças...
Também pintou a esperança,
numa latência que viça,
no
sonho de um pomar,
que dorme numa semente,
como dorme uma
criança!
E lavou o verde de seu pincel
nas águas do
oceano
a ver como iria
ficar
despejou só um pouquinho
de azul, pra variar.
E nas águas
movimentando
as tintas se diluíram,
tomaram um tom fraquinho.
Por isso
a cor do mar,
é verde meio azulinho.
Adão, que
encantado,
diante de tal beleza,
boquiaberto,
admirado...
com as
cores da natureza,
cada elemento pintado!!
O vermelho Deus
colheu
e suspendeu o pincel...
Adão abrira a boca
de tanta
admiração
e uma gota daquela tinta
caiu sobre sua língua
misturou-se à
saliva,
e ele a engoliu.
E foi assim, que de vermelho,
nosso sangue se
tingiu.
Querendo mais claridade,
Deus, então, proferiu:
"Fiat Lux"
e o sol apareceu
com uma luz incolor.
E, como O Mais Sábio pintor,
Deus
misturou ao vermelho
uma tinta amarela e o laranja se formou.
E Ele pintou
o sol, dando à luz, aquela cor.
Pouquinho de azul anil,
outro pouco de
carmim
se fez o violeta,
Deus então, falou assim :
-" Adão,
vês?
Quando os filhos, dos filhos de
seus mais remotos
filhos
tiverem merecimento,
com esta cor brilharão!
Como EU SOU
Bom,
vou guardá-la nestas pedras,
para que não esqueçam do tom."
E, foi
assim que a ametista,
tão bela pedra, surgiu.
Enquanto lavava as
mãos,
manchadas com tantas tintas,
Deus disse assim, a
Adão:
"Filho, se minha obra não ferires
através de tua fé,
farei tudo o que
pedires..
Herdarás minha criação!"
E fez gesto de amplidão
E a tinta que borrifou,
formou no céu o arco
Íris.
Na Primavera de
1886, van Gogh mudou-se para Paris, onde dividiu um apartamento em Montmartre
com o irmão Theo.
Pintura
Sandra Ravanini
Dos quadros que me olhavam da
parede,
pinturas desbotadas assim como
eu,
a sorte decaia agônica na
rede,
em vida
esquecida num seco pincel.
Na cadeira gasta, a seda
atonia
gemendo perdida no amor que
morreu,
certo dia valsava as quimeras que
cria,
ainda que algemada nas mãos do
adeus.
Enquanto ria um sem nome e sem
olhos,
fitando seu fim no trigueiro
espelho,
trincado convexo um réu em desfolho,
no reflexo retido mil
desesperos.
Efêmeras vidas preenchendo
lacunas,
nas celas de espera o sono
grassa,
a poeira da via já fende a
coluna,
e na sala o ato cessa sua
graça.
Das portas que abrem todas as
desgraças
um enredo dourando outros
fracassos,
se misturam a cal brindando as
taças,
na tela onde reconheço meus
traços.
...*...
SENSIBILIDADE
Silsaboia
Se eu fosse pintora,
eu pintaria o sol pra
você.
Mas os raios queimariam
a tela, de tão real.
Então preferi
pintar o campo,
mas os passarinhos
atrapalharam saindo do pincel.
Decidi deixar a tela em branco.
E assim mesmo, você a
sentiu.
...*..
Foi
nesta altura que Vincent conheceu os pintores Edgar Degas, Camille Pissarro,
Emile Bernard, Henri de Toulouse-Lautrec e Paul Gauguin e descobriu o movimento
impressionista.
Imagens
Sávio
Assad
Rostos surgem no
imaginário de minhas mãos
Sombreando a
tela, ao longo de meus olhos
Manchando de
cores esse pano enigmático.
Sombras
refletidas de um olhar interior e secreto
Cobrem meus
olhos cegos na imensidão do tempo
Atravessando
passado e presente, para brotar o futuro.
Onde me encontro
e onde meus olhos vêem
Atracado as
minhas ilusões mágicas de um sonho,
Mergulhado em
mim mesmo, sem vergonhas e sem pudor.
...*...
A ROSA DE
DALÍ
Jorge
Linhaça
Surpreso vejo a
rosa que Salvador pintou...
Acostumado
a figuras disformes e turvas me alegro
A rosa de Dalí ,
leva a profunda meditação...
Uma rosa
vermelha, forte e bela...sem hastes...sem
espinhos...suspensa por fios
invisiveis na tela ...pairando sobre
um aparebte
deserto...
O céu azul
e claro a envolver a rosa .
As trevas a
engolir o deserto, que parece ter
apenas como zona
mais iluminada,
quela logo abaixo da
rosa....
Entre a rosa e o
deserto... ao fundo matizes de
amarelo como que
a instigar
a imaginação para o despertar de um
novo dia....
AH
Salvador de muitas surpresas...
Não sei no que
pensavas enquanto pintavas...
mas sei no que
penso quando vejo tua obra...
Sinto que a rosa
é um simbolo vivo do amor...
que o céu azul
que a envolve é a paz que
nos envolve a
alma quando amamos de fato...
O deserto para
mim é a solidão do ser huamano não tocado pelo
amor...
E a luz
amarela...
ah essa
luz é o renovar de um sentimento esquecido...
que ilumina
...que
rejuvenesce...
a sombra/luz da
rosa sobre o deserto
é a solidão
sendo desfeita pela chegada do amor...
devagarinho...invadindo aos poucos...mas
inconteste.
Que me predoem
os criticos de arte,
mas de arte eu
não entendo patavinas...
apenas entendo
dos entimentos expressos na tela,
ou
melhor ,
apenas falo dos
sentimentos que que a tela me passa...
...*...
Na Primavera de 1886, Van Gogh mudou-se para
Paris, onde dividiu um apartamento em Montmartre com o irmão Theo.
algo tão
especial...
Márcia
Dip
existem
pinturas
desenhos
rabiscos
projetos....
todos
belos!
mas existem
pessoas
que de tão
belas
parecem
pinturas!
o coração chega
a pulsar na tela
o olhar
ultrapassa as cores da transparencia
o perfume de
alfazema se mistura às tintas
e a demonstração
de ser especial
percorre
vernissages
deixando tão
marcada
a passagem pela
vida!
a pintura tão
especial
parece
pequena
diante da tela
original.....
...*...
A Arte de Um
Coração
Elizabeth
Assad
Divago em traços
coloridos sobre
a tela, que pouco a
pouco
tomam forma e compõe a
minha solidão.
As tintas se
misturam
e novas cores surgem,
vejo meu
vazio exposto,
transpondo
o universo, ganhando
mundo e
estampado na frigidez
do tecido,
minha saudade grita seu
nome.
Eis que surge a arte,
que perdida
no mais profundo
sentimento
do artista, se
define.
A explícita forma de
pinceladas
vermelhas, trás a
lembrança
de seus lábios,
sinto seu beijo
como poesia.
Percebo em cada
cor,
um momento
compartilhado,
meu coração
através de minhas mãos,
expressa o quanto te
amo.
...*...
ARTISTA
Grace
Spiller
Gosto
Ah! Como
gosto
De tua
ousadia
Quando
brincas de artista e
Com o
lápis-dedos-língua-nariz
Começas a
tatuar-me
Inventando
desenhos em minha pele e
Traço
preciso
Em retas ou
curvas
Vais
subjugando a minha vontade
Eriçando meus
pêlos e minha pele
Colorindo
meus pensamentos
Acordando
fantasias
E instigando
lúdicos desejos
Que logo
descobrem caminhos
Novos
atalhos
Trajetos
floridos
Úmidos de
orvalho
Plenos de
perfume e sabor
Cheirando a
paixão e amor.
...*...
Apesar de não ser considerado membro desta escola, mas sim um
pós-impressionista,
foi daqui que van Gogh retirou as maiores influências
para a sua obra como o uso
da técnica do pontilhismo.
Pintura
Intima
Tere
Penhabe
Meus pincéis
vão delineando
lenta e
suavemente
seu corpo
quase perfeito.
O rosto
másculo surge
com seus
traços fortes
que atraem
meus lábios
como se tivessem
vida.
Vão surgindo
os ombros
que parecem
suportar o mundo
e todas as
paixões que ele contém.
E o peito
imponente
de salientes
músculos
parece
esconder um coração
que a minha
arte não revela
mas canta
batidas que eu ouço
que aquietam
minha alma
sempre tão
sedenta de amar.
E as tintas
dançam solenes
dando vida às
suas formas
impregnando-me
as mãos
como se elas
fossem Deus a criá-lo.
É apenas uma
pintura
mas
provoca-me arrepios
tocada que
sou, profundamente
pela minha
própria criação.
A pele que eu
pintei me aquece
os braços que
moldei me envolvem
triturando-me
os desejos
evocando-me
paixões
satisfazendo-me!
Sonolento meu
corpo repousa
na cratera de
um vulcão
que me
absorve inteira e me consome
tirando-me de
cena
deixando na
tela apenas
minha melhor
criação:
- Pintura
íntima!
Itanhaém,
06/05/2003
www.amoremversoeprosa.com
...*...
SABOR DO AMOR
MaséFrota
Avaliei sem demora e sem cantigas as
direções
Enveredadas no tempo; cartas ao léu
marcadas
Revestidas ânsias despercebidas,
em incansáveis
Chamas vivas...Quase inalteráveis ao nosso
amor.
Entreguei-me como uma obra d´arte
aprimorada
Colorida por pincéis, tal como uma tela de
pintor
Intentas relevâncias realçavam brilho com
amor
Ruborizando inflexível paixão,há muito
lapidada.
Secretos instantes...Agora em painéis irão
compor
Permanentes lembranças, guardadas em
relicário,
Cravadas em ouro por toda uma vida o nosso
amor.
Jamais entenderei com o tempo discernir o
coração
Sofrerei calada no silêncio pintando a cores
os atalhos
Deslocarei em cursos os pincéis...Encontrando a
solução.
MariaJoséCaminhadaFrota
Fortaleza-CE /
2006-11-16
...*...
Um
Quadro
Pedro
Valdoy
Diante de um quadro
revejo meu
passado
naquelas
colinas
da minha
infância
A sua beleza
rara
a sua
perfeição
emociona meu
espírito
quando era
criança
Tantos anos se
passaram
meu
Deus
só
recordados
através daquela
pintura
Todos os
visitantes
passavam naquela
galeria
com certa
indiferença
enquanto eu ali
ficava
Como se
fosse
o baú das minhas
recordações
minhas lágrimas
caíam
de emoção
daquele tempo
Hoje sou um
estranho
quando minha
mãe
ali
via
com minhas
brincadeiras
Hoje
voltei àquele
tempo
com meus pais
vivos
e a perfeição
daquele quadro
Despertei
quando
avisaram
que a galeria ia
fechar
voltei à
rua como um vagabundo.
...*...
O pontilhismo caracteriza-se por ser uma técnica em que pequenas manchas,
pontos, justapostos provocam uma mistura ótica nos olhos do
observador.
ARTE FINAL
Lu
Colossi
Espalhados sobre o tempo e em minha vida,
paleta, pincéis, e um pouco de nanquim,
era
uma época plena de esperança e
cores.
Fui pintando
céus, terras, pessoas, paisagens,
até o sete eu
pintei...
Hoje
eu pinto os meus sonhos, em telas que
são
só minhas, e as exponho quando vejo os
seus olhos nela
refletidos, e suas mãos alí,
prontas para um
aceno em minha direção.
O tempo passou,
mas a tinta não secou,
eu continuo
viva, inteira, e de alguma forma,
inserida em uma
arte final com você.
...*...
TONS
Anna
Peralva
Peguei as telas,
limpei os pincéis,
separei as aquarelas.
Ao lado do cavalete
desnudei a alma
em ínfima calma
e fui colhendo as emoções
que desejei transmutar.
Desenhei os sonhos,
retirei seu manto enodoado
e pincelei tons argentados.
Do vermelho carmim,
pintei as pétalas da rosa
que enfeitam jardins
e no seu desabrochar
renovam a esperança
de um novo amanhã.
Na face pálida e triste
das incertezas,
matizei um róseo
de rara beleza.
Do negro da escuridão,
que embaça o brilho do olhar
e acolhe a nostálgica
solidão,
pincelei a aurora que se
deita
nas ondas mansas do mar
onde a visão se perde no
horizonte
em busca da eterna fonte.
Da morte... roxa ou
acinzentada,
azulei VIDA com pinceladas
coloridas de esperança e fé.
Guardei para o final
a minha predileta,
aquela que a tudo desfaz
e emoldurei minha arte
tentando fazer minha parte,
com a cor branca da PAZ.
...*...
Pintor…
Iara
Melo
Tentas retratar na
tela
O que “hora
espelho”...
Tua arte conseguirá disfarçar
sentimentos
Resguardados nas entranhas do meu
eu???
Nada indecente ou
anómalo,
Apenas melancolia que teimo em
camuflar,
até de
mim…
Será que tu conseguirás como
eu
Emoldurar um semblante venturoso
Sem alma
padecente???
Conseguirás!!!
Este é o nosso dom, a nossa
missão
"Recolorir" o cinza do
horizonte
Verdejar matas secas, reflorir desertos
Transformar almas ressequidas
Em poços de júbilo e de
amor.
Portugal, 16 de Novembro de 2006
(22:07:02)
Em 1888, Van Gogh
deixou Paris e mudou-se para Arles no Sul de França, um local que o impressionava pelas paisagens e onde esperava fundar uma
colônia de artistas.
Pintando Emoções
Maria Thereza Neves
Desencasulo-me,nas emoções mergulho
na fusão solidária das cores, das
palavras
lado a lado
jorrando momentos densos
pincelando
poesias
com cheiro e gosto de vida
uma hora calma,outra nervosa
rimada
ou sem qualquer rima
emparelhadas ou perdidas
sem medidas
num
sentimento profundo
em ritmos quentes,coerentes,convincentes
as vezes
medroso,dengoso,gostoso...
Um sentir que
simplesmente diz,
não mente.
Um gritar quando o vazio invade
sem
métrica,ética
em passo lento em todos os momentos
despertando
serenatas
anseios loucos,delírios e paixões
no ligeiro tempo, quando a
vida esvai
sendo ponte que vem e vai...
relógio
infinito,sem limites
buscando lembranças perdidas
em atropelo,
atropelando
mas tudo resgatando
no calor abrasando
atalhos
desviando, enfrentando
nesta estrada tão comprida
cheia de ilusões em
desalinhos
mas este é o caminho
o meu destino.
Não importa onde
estar,ser
viver, sofrer, amar,sonhar
simplesmente seguir
as estrelas
brilhando nas telas
as folhas e o rodízio dos ventos
numa corrida que
nunca teve princípio
e jamais findará a insustentável leveza
haverá,
haverá sempre azuis borboletas
no verde florido jardim
sempre a alma
poética
cantando melodias em mim!
...*...
Em 1888, Van Gogh
deixou Paris e mudou-se para Arles no Sul de França, um local que o impressionava pelas paisagens e onde esperava fundar uma
colônia de artistas.
DESENHOS NAS NUVENS
ARNEYDE T.
MARCHESCHI
Ontem, assistimos ao lindo
pôr-do-sol de mãos
dadas.
Olhando o azul do
céu,
tentávamos decifrar os
desenhos
formados pelas
nuvens...
Ficamos ali, na praia, como dois
jovens
encantados com a beleza que
se
descortinava diante de nossos
olhos...
Parecíamos
hipnotizados
pela magia do
momento,
e por nosso amor tão
terno,
ao mesmo tempo ardente, e tão
lindo!
Você me olhava ternamente e
eu
extasiada retribuía o seu olhar...
Às vezes, ficávamos em
silêncio
e nesse momento eu
agradecia
a Deus pelo lindo presente
que ele me deu, após
tantos
anos de dor, de
tormento!...
Meu coração está mais
calmo,
mais sereno, porque
a alegria voltou ao meu
ser...
Sinto-me como que
renascida!
Hoje, sou feliz
porque
tenho
você!
Vitória - ESanto
...*...
A Arte do Encontro
Marise Ribeiro
Com os tons da aquarela,
você traduzia na tela
toda a pureza que havia
na minha vasta
poesia.
Já sua arte era tão
imensa
que me levava à
procura
da perfeição mais
intensa:
eu poetava a pintura.
As letras falando de
amores
não rimavam sem as
cores;
a palheta com seus tons
diversos
não era nada sem os
versos.
As imagens que você
retratava
falavam através da
palavra;
a primavera escrita em
papéis
não florescia sem os
pincéis.
As musas da sua
pintura
combinavam com a
criatura
que eu pintava nos
poemas,
embelezando os meus
temas.
O que seria do
pintor,
sem poder falar do
amor?
O que seria da
poetisa,
sem rimar usando a
cor?
Essa união durou
muito,
foi profícuo o nosso
encontro:
para rimar ou pintar
um precisava do outro.
...*...
Foi para decorar a sua casa de
Arles que Van Gogh pintou a série de quadros com girassóis, dos quais um se
tornou numa das suas obras mais conhecidas.
O
Amor em Pintura
Nancy
Cobo
Ao
olhar as linhas bem traçadas, dessa
tela
e
vendo as mãos do pintor criar
imagens que nos leva a uma
viagem
de
sonhos e realidades.
Dois
corpos deitados lado a lado.
Pintura
tão perfeita
Que
começo ver a nossa
imagem
refletida
nessa tela
Ao
sentir o cheiro da
tinta
Sinto
o gosto do teu beijo
E quando olho
novamente
Vejo
novas cenas bem definidas
A
cena da entrega total
de dois corpos
cedentos.
num
embalo de cor, luz e amor.
Toda
pintura retrata a
realidade,
a
beleza e a verdade do que é a
vida.
...*...
Páro!
Henrique
Ramalho
o dedo mínimo
passa na pálpebra como para afastar o peso de estado
sonolento;
o cérebro começa
a arrancar como motor necessitado de tempo
para acelerar as
rotações da cambota.
Encosto a mão à
cabeça,num corpo afastado da escrita.
A imagem começa
diluida ,
difusa,a se
formar como que saindo de nevoeiro cerrado.
Peça a peça o
puzzle se vai montando.
A memória de
factos,as correlações,as premissas,
as conclusões
mais ou menos correctas
fazem ajuste
começando pelo centro,pelo enfoque.
Como obra de Da
Vinci,
existem
dúvidas,sombras,indícios,mensagens,num sorriso estranho,
há que repisar
as linhas principais,concretizando com novas descobertas.
Há de ser
subtil,perguntando camufladamente nas entre-linhas,
reparando nos
reflexos,nas omissões,nas verdades.
A foto fica mais
nítida,
mas algo pode
sempre falhar.Há a busca do ponto-foco ou de vários?
Há uma
aproximação para o 1º plano ou melhor continuar na
neblina?
As linhas
divergem na nossa direcção,
vindas daquele
ponto no infinito,trazendo a 3ª dimensão..
A busca
continua:
reflexões de
gramática substituindo as inflexões de voz;sorrindo?
sério?
preocupado?
ausente?
emotivo?
apaixonado?
raivoso?
indiferente?
Há que dar
o traço exacto no retrato! continua a busca por
respostas nesse processo evolutivo,
preenchedor de
espaços vazios..
Mas tenho
pronta,por fim,a tua colorida pintura na minha imaginação!
Um ínfimo êxito
para outrem mas importante para mim:
sonhei
acordado,abstraido do tempo e espaço.
Enfim,foi
isso:sonhei!
O estilo de pintura
acompanhou a mudança de seu estado de espírito.. Trocou o pontilhado por pequenas pinceladas e
quando ficou extremamente triste usou a técnica de curvas
espiraladas.
Girassóis
Armand
Duval
Amarelo,
amarelo
Gira, gira, gira
o sol.
Amarelo cor
primária
Mistura de verde
e vermelho,
Espectro de
cores.
Louco,
Louco!
Espectro do
homem no espelho.
Meu
auto-retrato
pintado com as
cores do arco íris
Em grandes
pinceladas.
Corro entre os
girassóis da tela,
Procuro-te
naquele campo amarelo.
Perco-me nos
teus lençóis
batemo-nos num
duelo
até surgir o
vermelho da paixão.
Durmo verde,
acordo maduro
Presa fácil de
minha loucura.
II
Pinto a vida com
a cor da China,
China
monárquica, imperial!
Poesia, minha
alteza real,
Dá-me teu prazer
e teu amor,
suculentos, como
fruta madura
Colhida do
pé,
Num outono
qualquer.
Céu cinza do
inverno,
Sem tua
presença, hiberno.
III
Volta, traz o
colorido da primavera.
Pinta-me com as
cores do arco íris
multicolorido,
como este amor
que me nutre
doloroso,
dolorido
Quero ser o
girassol
colocado no
vaso
de cristal de
sua vida
Sempre
aberto
Enfeitando tua
sala,
sempre virado
para luz
de teu sorriso
descoberto.
...*...
MINHAS
TELAS
Sá de
Freitas
Cada dia que
nasce a vida põe-me,
Uma tela na
frente a ser pintada...
Olho o céu,
sinto o sol... da brisa o beijo
Acaricia minha alma de
poeta.
Pego os pincéis
da esperança, e as tintas,
Em matizes de
sonhos, me inspiram,
A esboçar os
traços do presente.
Num canto
risco as linhas das lembranças,
Em outro, o
sombrear de uma saudade
Mas sempre vai
ficando um espaço em branco.
Misturo as
tintas e faço a cor da vida...
Que linda cor
saiu dessa mistura,
Com filetes
de paz e de otimismo,
Com clarões de
vitória.
Começo, então, a
pintar com toda arte,
O quadro desse
meu viver.
Termino o
quadro... E a paisagem é linda!
Mas não consigo
preencher com arte,
Aquele espaço que ficou sem cores.
Deixo a tela...
Retirou-me ao descanso,
Retorno de
manhã e, ao contemplá-la,
Vejo que no
espaço em branco estava,
A assinatura do
amor.
...*...
QUASE
ABSTRATA
Célia
Jardim
Tudo que eu via na
tela
via bem mais que estava
nela
não, não era pintura
abstrata
só eu sei o que ela
retrata
As mãos que a ela deu
vida
podia senti-las bem
ali
não, elas não estavam à
vista
estão estampadas em
mim
Aquela tela na
parede
é o meu espelho
maior
nela eu vejo água e sinto
sede
o artista me sabe de
cor.
...*...
Tê-la, nunca mais
Tonho França
Desfolhei-me em tantos outonos,
Refiz tantas vezes o mesmo
bordado
Lavei-me nas xícaras, e nas
chuvas
No café amanhecido e nas
sacristias
As paredes ainda cantam a nossa
música
Ainda guardam teu rosto na tela
(o tempo estático não te permite
envelhecer)
pintei-te em tons de eterno, giz
pastel
lágrimas e dedos percorrendo cada
traço
cores neutras da minha vida
sombra e luminosidade, no olhar
abstrato
o sorriso que me fere, sangrei dores e
rosas
tom de pétalas do teu lábio, tão vivo, tão
exato
na moldura, sou eu a sentir a
clausura,
você viva...você vive,
eu, pintura...
...*...
TEU RETRATO
Ângela Maria
Crespo
Pego um pincel e tintas
coloridas,
coloco uma tela
imaculada e bela
num cavalete que a
ampara docemente.
Procuro em minha mente
algo divino,
para que minhas mãos
com toques suaves
e amorosos consiga
dar-lhe vida.
Mas...Oh!!! mente e
coração me traem,
pois só consigo o
transporte neste instante,
de tua figura que meu
ser preenche,
seu rosto amado, seus
cabelos escuros,
olhos castanhos,
mornos, sedutores,
e sua boca, sempre
ávida pedinte,
de meus carinhos que a
ti atendem...
Mas e a alma...como
descrevê-la?
E aqui... eis a
falência da pintura...
Meus dedos deslizam
rápidos e dão vida,
Só o que minha mente
quer retratar,
Você...eu...nossa
eterna ventura.
...*...
(in)Capacidade
Anna
Paes
Tento me
disfarçar
Entre pinceis e
tintas
Metal
Espectro
Brilho
e
Lampejos
Sou parte do lusco
fusco
Integro
e
Desintegro
Total
(in)capacidade
Brilhante
Cintilante
Gotas de
nada
Tudo!
...*..
A
pintura
rivkahcohen
Em
cada pincelada
de
Lêda Yara
o
captar do conhecimento,
dessa energia em movimento
que não se sabe
onde vai levar...
Sente o Cosmo...
Ouve
o vento
e a
artista continua a transmutar...
Viaja nas cores,
absorve os odores
de um lugar que
nunca esteve lá.
Sente-se estranha, tem arrepios,
mas
continua a pincelar
preenchendo os espaços vazios
com as
cores que sente neste viajar...
Ao
terminar está tão cansada
como
se estivesse há dias a caminhar.
Intitula "Pintura Inacabada",
pois
sabe que muita coisa ficou no ar...
Música:
Edelweiss
TTNeves - Arte
Rivkah