Não podia acreditar no que
via,
Mas estava ali, sendo exibido para o
mundo!
A televisão mostrava, seria mesmo
real?
Em que mundo
vivemos?
A minha mente disparou em
parafuso,
não
conseguia sossegar.
Mas como poderia ser
verdade?
Era apenas uma criança de dez
anos,
o menino envolto em
explosivos
fora afortunadamente impedido de
detoná-los
pela perícia, pela perspicácia, pelos
fados
que guiaram a ação dos
soldados,
agora quase futuras
vítimas
como ocorrera antes,
com seus colegas que não tiveram tanta
sorte,
e outro menino de dez
anos.
Com dez anos,
que eu saiba, em qualquer parte do
mundo
se tem uma criança e criança é só
criança.
Nem a ciência foi capaz e o será jamais,
de transformar uma criança de dez anos num
homem.
E chocou-me
ver que ali estava uma criança de dez
anos
satanizada, brutalizada, precocemente
estiolada,
um espírito ausente,
dopada, criminosamente
utilizada
como arma,
como instrumento do ódio mais
bestial,
para matar seres humanos.
Agora a notícia é outra,
mas também impregnada de
violência,
o outro lado,
o contrário do amor com amor se
paga.
Morre o mentor,
o idealizador, o não direi
criador,
porque essa palavra
está diretamente relacionada com
D’us,
não pode e não deve ser usada para
adjetivar
o monstro
capaz de transformar um menino
inocente,
em instrumento de ódio e de vingança,
de morte e
destruição.
E minha
mente continua confusa,
sem poder entender como pode o ser humano
chegar e esse ponto, a esse nível de barbárie.
Então o mandamento divino Não
matarás
não é para todos os
homens?
Que eu saiba não houve nenhuma
exclusão,
seja de raça, de povo, de descendência,
absolutamente
nenhuma.
E agora vemos isso, esse horror,
verdadeiramente
chocante.
O que se passa na mente,
na consciência de um
terrorista,
quando vê o horror que espalhou,
a dor que causou?
Será que não
ocorre nada, ou melhor,
será que um tal ser terá ainda
consciência?
Vivemos dias de total paradoxo e
paroxismo.
O Ser humano
parece descambar
irremediavelmente
por abismos insondáveis, diante dos
quais
o Inferno de Dante
parece brincadeira de jardim de
infância,
inocente e puro, que horror!
As previsões do Apocalipse
a cada dia se tornam mais
reais.
Quem ousará admitir
que seu filho ou seu neto
seja
transformado num kamikaze mirim, sem cérebro,
sem alma,vazio, oco, recheado de bombas,
explodindo-se
e a outros em nome de uma luta suja,
covarde, iníqua,
digna de todos os piores adjetivos
que este idioma contenha?
No entanto, tem gente admitindo
isso,
existem pais,
mães e avós que estão entregando
(?)
ou tendo arrancados
seus filhos e netos
para esse macabro mister.
Será que não percebem que foram
desumanizados?
É rica a história da “civilização”
humana
em exemplos
maiores de tanta barbárie, afinal
ainda sobrepairam a velha
Europa
cinzas negras levadas pelo
vento,
que as levantou dos “campos” da
morte
de indelével memória.
Ainda se ouvem gemidos e
sussurros
que eclodem dos calabouços da
inquisição
e já se renovam as
tentativas
de ressuscitar esses
demônios
pipocando por toda parte
nova onda
anti-semita
para o que se empregam até fortunas
pessoais
e seus autores erigidos
em cultuadas
personalidades,
louvadas, endeusadas, transformadas
em ídolos de barro e de consumo
fácil
porque produzem uma espécie de anestésico
social
que entorpece
a memória de tantos horrores,
precisamente com o intuito de preparar novos.
Ah, meu D’us,
não consigo calar essa ânsia de
entender
que mundo é este,
ou se sou eu que estou metida num
pesadelo
que não termina, mas eu vi aquele menino,
E ele só tinha dez anos,
e a mídia rapidinho fechou o
pano
e o assunto passou e foi logo esquecido.
Eu é que lembrei,
porque agora se endeusa e se faz longos e
sentidos necrológios para quem foi capaz
de engendrar tamanho
horror,
se somando esse fato à divulgação maciça
em todo o planeta desse filmeco abjeto
que tem levado os adeptos do
sadismo
a verdadeiros orgasmos e o pior,
com o intuito mais uma
vez
de jogar a opinião e a mente dos incautos
pela enésima
vez,
para delírio de “certo setores”
contra o velho e bom e sofrido e
calejado
povo judeu!
A imagem inicial do Rabi com o shofar é de Ria
Slides,
mas nada tem a ver com o meu escrito, pelo qual
respondo.
RivkahCohen