Filha de três mil anos
 
Dos palcos, distante.
Presa as folhas,
escrava da terra,
sob sol escaldante..
quem era ela ?

Já vi amor doentio
que prende, escraviza,
mas nada tão vil
da qual sofreu a bailarina..

Dizem os antigos
que nada assemelhava
a seu feitio, sua graciosidade.
Todo homem tornava-se vassalo,
servil, diante de tanta beldade.

Até o infeliz dia
que fez brotar um sentimento
que corrói, faz ferida,
queima por dentro,
destrói vidas !

Queria só para ele,
que ninguém a visse,
com ela sonhasse
e tomado pelo medo
fez um feitiço
que a paralisasse.

Pobre bailarina,
só dança
quando visitada pelo vento,
presa à terra, olhando os céus!

ESPERANÇA,
filha de três mil anos!
Diz à ela
que ninguém fica escravo
para sempre.

Conta-lhe
sobre os filhos de Israel !
Rivkah Cohen



 
 
Imagem inicial da Art
do site Fotos da hora.