ISRAEL
Seu nome significa 'venceu com (Yisrah)
D'us (El)', em hebraico. Israel é também o segundo nome do patriarca Jacó, cujos
descendentes, na tradição hebraica, são chamados bnei Yisra'el, 'filhos de
Israel'.
O registro histórico mais antigo que se conhece sobre o nome Israel está
mencionado na Estela de Merneptah (num poema dedicado ao faraó Merneptah), em
que o nome é associado a um povo, mas não a uma localização geográfica. Ao que
se sabe, o Povo de Israel surgiu de grupos nômades que habitavam a Mesopotâmia
há cerca de cinco mil anos.
No fim do século XVII a.C., este povo foi atacado e escravizado pelos egípcios.
Após o fim do cativeiro no Egito, os hebreus vagaram pela região da Península do
Sinai até que reconquistaram, sob o comando do rei Saul, uma parte de seu
território original, as terras de Canaã, por volta de 1029 a.C.. Saul foi
sucedido por David, em torno do ano 1000 a.C., que expandiu o território de
Israel e conquistou a cidade de Jerusalém, onde instalou a capital do seu reino.
Israel alcançou seu apogeu durante o reinado de Salomão, entre os anos 966 a.C.
e 926 a.C.. Porém, pouco depois do fim do reinado de Salomão, Israel foi
dividido em dois: a Norte, o Reino das Dez Tribos, também chamado de Reino de
Israel, e ao Sul, o Reino das Duas Tribos, também chamado de Reino de Judá, cuja
capital ficou sendo Jerusalém - do nome Judá nasceram as denominações: judeu e
judaísmo. Entretanto, o território dos judeus foi sendo conquistado e
influenciado por diversas potências de sua época, entre elas: assírios, persas,
gregos, selêucidas e romanos.
Em 586 a.C. o imperador Nabucodonosor invadiu Jerusalém e obrigou os israelitas
ao exílio. Levados à força para a Babilônia, os prisioneiros de Judá e Israel
passaram cerca de 50 anos como escravos sob o domínio dos babilônios. O fim do
Primeiro Êxodo possibilitou a volta dos israelitas a Jerusalém, que foi
reconstruída.
Mais tarde, os romanos invadiram e dominaram a região e estabeleceram que o
reino judeu seria seu protetorado. A primeira grande revolta contra o domínio
romano e sua intromissão nos assuntos religiosos se iniciou no ano 66 e durou
até 70 d.C., quando o general Tito invadiu a região e destruiu Jerusalém e o seu
Templo. A região então foi transformada em província romana e batizada com o
nome de Provincia Judaea. A segunda e última rebelião contra os romanos foi a
Revolta de Bar Kochba. A rebelião foi esmagada pelo imperador Adriano em 135
d.C. e os judeus sobreviventes foram feitos escravos e expulsos de sua terra, na
chamada 'diáspora'. Naquele mesmo ano, Adriano rebatizou a Provincia Judaea para
Provincia Siria Palaestina, um nome grego derivado de 'Filistéia' como tentativa
de desligar a terra de seu passado judaico. A Mishná e o Talmude Yerushalmi
(dois dos textos sagrados judaicos mais importantes) foram escritos na região
neste período.
Depois dos romanos os bizantinos e posteriormente os muçulmanos conquistaram a
Palestina em 638. Seu território foi controlado por diferentes Estados
muçulmanos ao longo dos séculos (à exceção do controle dos cristãos cruzados, no
Século XI) até fazer parte do Império Otomano, entre 1517 e 1917.
O sionismo (termo derivado de Sion, nome de uma colina da antiga Jerusalém),
surgiu na Europa em meados do século XVII. Inicialmente de caráter religioso,
pregava a volta dos judeus à Terra de Israel, como forma de se proteger sua
religião e cultura ancestral. Entre os séculos XIII e XIX o número de judeus que
fizeram aliá (ato de um judeu imigrar para a Terra Santa) foi constante e sempre
crescente, estimulado por periódicos surgimentos de crenças messiânicas e de
perseguições anti-judaicas. Estas perseguições tinham quase sempre um caráter
político-religioso. Os judeus que retornaram à Palestina se estabeleceram
principalmente em Jerusalém, mas também desenvolveram significativos centros em
outras cidades nos arredores. Os judeus já eram a maioria da população de
Jerusalém no ano de 1844, convivendo com muçulmanos, cristãos, armênios, gregos
e outras minorias, sob o domínio turco-otomano. A estes migrantes religiosos
foram se juntar os primeiros migrantes seculares a partir da segunda metade do
século. Eram em geral judeus da Europa Central e adeptos de ideologias
socialistas. Porém, o sionismo moderno - fundado por Theodor Herzl, a partir de
1896 - aos poucos foi ganhando peso entre os judeus de outras partes do mundo.
Começaram então novas ondas de imigrações judaicas para a província palestina,
com os que lá chegavam adquirindo terras dos árabes e estabelecendo colônias e
fazendas coletivas (Kibutsim).
A escolha da causa sionista pelo território da então província palestina
derivava de todo o significado cultural e histórico que a antiga Israel bíblica
possuía para o povo judeu. Os sionistas defendiam a criação de um estado judaico
em todo o território original de Israel, o que incluiria hoje a atual Jordânia,
embora propostas de cessão de territórios na Patagônia, no Chipre e em Uganda
tenham sido estudadas.
Ao término da Segunda Guerra Mundial, com a Europa destruída e os sentimentos
anti-semitas ainda exaltados, milhões de judeus de todo o mundo se uniram aos
sionistas na Palestina. Mas a política de restrição à imigração judaica foi
mantida pelo Mandato Britânico. Como forma de burlar as determinações inglesas,
grupos militantes judaicos sionistas procuravam infiltrar clandestinamente o
maior número possível de refugiados judeus na Palestina. Enquanto isso,
retomavam os ataques contra alvos britânicos e repeliam ações violentas dos
nacionalistas árabes. Como as pressões foram se avolumando, a Grã-Bretanha
decidiu abrir mão da administração da Palestina e entregou a administração da
região à Organização das Nações Unidas (ONU).
O aumento dos conflitos entre judeus, ingleses e árabes forçou a reunião da
Assembléia Geral da ONU, realizada em 29 de novembro de 1947 e presidida pelo
brasileiro Osvaldo Aranha, que decidiu pela divisão da Palestina Britânica em
dois estados, um judeu e outro árabe, que deveriam formar uma união econômica e
aduaneira. A decisão foi aceita pela maioria das lideranças sionistas, embora
tenha recebido críticas de outras organizações, por não permitir o
estabelecimento do estado judeu em toda a Palestina. Mas a Liga Árabe não
aceitou o plano de partilha. Eclodiu então um conflito armado entre judeus e
árabes.
Em 14 de maio de 1948, algumas horas antes do término do mandato britânico sobre
a Palestina, David Ben Gurion assinou a Declaração de Independência do Estado de
Israel. Em janeiro de 1949, Israel realizou suas primeiras eleições
parlamentares e aprovou leis para assegurar o controle educacional, além do
direito de retorno ao país para todos os judeus. No período entre a Declaração
de Independência e a Guerra de Independência, Israel recebeu cerca de 850 mil
imigrantes, em especial sobreviventes de guerra e judeus oriundos dos países
árabes (Sefaraditas e Mizrahim). A Guerra dos Seis Dias (de 5 a 10 de junho de
1967) gerou uma onda de anti-judaísmo nos países sob a esfera de influência
soviética. Os judeus da União Soviética eram proibidos de deixar o país, mas a
partir de 1969 a reivindicação dos judeus soviéticos pelo direito a imigração
possibilitou um ligeiro incremento no número destes em Israel. Na Polônia, em
1967, mais de cinco mil judeus imigraram. Até 1973, ano da Guerra do Yom Kippur,
260 mil judeus desembarcaram em Israel, a maioria de países socialistas.
Atualmente Israel vive um intenso conflito armado contra seus vizinhos árabes, e
mesmo assim sua economia floresce.
(extraído de https://www.ibge.gov.br/paisesat/main.php)