Quem és?

Olha teu rosto,
a tua palidez.
Mira os outros
e vê se define tua tez!
Não passas de um estranho
com sonhos mirabolantes,
confundindo os meus.
Talvez de noite,
como és afoito,
tua alma possa pensar
que achou um porto,
mas te embriagarás ao ver
tantas luzes, tantas cores
que aturdido te esconderás no breu.
Estás só!
Pega teu corcel antes do alvorecer
e vai em rumo ao meio da noite
porque o sol
não demora a aparecer.
Amedrontas até os lobos!
És galho podado
e nada mais podes querer,
senão o fogo.
Teus hábito foram abandonados
e o dos outros,
não consegues compreender.
Tu não te regeneras
e jamais te parecerás conosco!
Afinal, quem és?
rivkahcohen
20.12.05
 
Todo pássaro fora do ninho,
no fundo, no fundo,
se encontra sozinho.
rivkah
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Espectro, és.
Na fantasia do tudo,
mergulhas no nada.
Aprofundas-te,
passo a passo, dia a dia,
no niilismo da tua vida seca.
Céu e inferno,
risos e lágrimas,
são os teus extremos,
vazios os meios.
Andarilho das paixões,
consome-te no hedonismo.
Vagas de corpo em corpo,
bebendo nas taças do efêmero.
Não chegas a lugar algum,
cego pelo arcaico e patológico
rumo da tua mente.
Não chegas, não vais, 
não te moves, vegetas.
Quem és?
Uma sombra, um espectro,
nada!
 
Lêda Mello
 
Arapiraca(AL) 20.12.2005