Por onde anda
a criança que havia em mim?
Tinha tantos sonhos
e não a vejo por aqui!!!
Penso que achou
 tudo muito bisonho
e ponderou sobre seguir!
Se de longe,
 ficou me olhando..
sinceramente,
não sei o que pensou
sobre o que viu!
Se ficou triste,
desiludida
e falou constrangida:
Não quero ficar assim!
Mas será que olhou mesmo
 tudo que eu vivi?
Acho que 
completamente distraída,
andou a esmo
e não estava nem aí!
Ah.. qual, o que!
 Por ter sobrevivido,
por muitas vezes ter morrido,
virou, mexeu, 
penso que tenho que me defender!
Espera aí..
Até de mim, comigo?
Menina,
ouça o que eu digo!
Fica por aí
que eu sigo a minha trilha.
Quem sabe algum dia
possamos nos encontrar
e me digas
qual dos escombros que eu saí
 que tu nem entrarias,
qual dos sonhos
não insistirias,
onde marquei passo
e tu correrias,
mas por enquanto,
mesmo tateando,
 cheia de marcas e toda doída,
te deixo meu abraço,
pois ainda pretendo seguir,
nem que seja até logo alí..
rivkahcohen
 
 

Logo ali...

 

via-se nos olhos daquela menina,

ruindo nos escombros onde nasci,

tateando quantos sonhos e sinas,

crendo na vida em que quase morri.

E o relógio de pulso no tempo da cicatriz,

floresceu a mulher que outrora vencida,

o libertário vôo que abraça esse colibri,

que sobreviveu pela devassada trilha perdida,

e aos percalços na vida que eu quase perdi.

De tempos em tempos, a boneca de olhos azuis,

mostra a princesa guerreira que foi e que é,

 e quando a vejo por instantes, que seja logo ali...

embalo o som que me chega desse brado de fé,

e aqueço à criança no mesmo berço de onde saí.

 

Sandra Ravanini