Infelizmente, eu sei!


 
 
 
 
 
 
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tudo

que vi de errado, falei.
Quando
estávamos cercados, lutei.
Aceitando
ou simplesmente com os sentimentos calados,
jamais reclamei;
Quando todos foram embora,
se não reparou na hora, fiquei.
Meus punhos
com toda vontade, cerrei,
mas agora, acovardada
confesso que cansei..
 
Meus olhos irritados,
não enxergam mais nada
ou simplesmente fechei.
Minha boca com todos os segredos, 
sem sombra de dúvida ou de medo, não fala,
ou calmamente calei.
Com o coração em pedaços declaro
que decididamente, tombei
e se ninguém entende em que sentido eu falo,
infelizmente, eu sei...

...*...

Eu sei da dor da sua angústia

sinto cada palavra dita por ti

também me sinto solitária

gritando no deserto da alma

que não para ouvir a alma

 

Eu sei da tristeza  do meio da noite

 nuvem que dói e a dor da perplexidade

diante desta nua e cruel realidade

 

Eu sei e te acompanho letra e imagem

e solto o canto cantando o seu canto

a voz da palavra feita de muita viagens

no interior do tempo marcado de entrelinhas

 

Eu sei e te ofereço o meu ombro amigo

para que possas exorcizar com a tua arte

 parte desta dor que às vezes te invade

mas que faz parte da sua herança divina

e te acompanha desde os tempos de menina

 

O poeta tem dentro de si o sangue das águas

um colar tecido com saudade e lágrimas

um brilhante dentro das mãos

e o sol dentro do coração

 

Felizmente, eu sei que na vida tudo escorre e passa

por isto é preciso cantar e soltar a voz de verdade

porque o silêncio às vezes fere e até ultrapassa

o limite dessa poeta que escreve com amor e graça

Graça Ribeiro