Por
anos o
tímido cedro olhava
de longe a
beleza de sua amada e por
amor se rendia. Acompanhava
seu
ritual, sua
florada, uma flor
especial chamada
pinha. No
coração já não
cabia, mas
como lhe falar sobre
esse amor que lhe doía?! Longilínio,
cones
eretos, folhas
persistentes, mas
era por ela que procuravam as
aves e as
pessoas interessadas no que
produzia. Que
culpa ele
tinha? Quando
se viu já estava apaixonado pela araucária, poderosa
e cheia de pinhas. As
outras riam, caçoavam, se
divertiam. Isso
não está certo! Onde
já se viu um
cedro querer
polarizar com
outra espécie, outra
classe, outra linha! - Não
fui plantado, se
defendia. Um
pássaro amando,
como eu tenho amado.. - Ôh!
Vaiavam e o interrompiam.. Manhã,
tarde, noite, primavera,
verão.. e num
determinado dia os
ventos pareciam açoites. Vieram
com força de um furacão e
arrancavam folhas, raizes e
as árvores gritavam, gemiam.. Contam
os estoriadores de
forma até bem detalhada que o
cedro, todo
ensangüentado, ainda
falou de amores para a
araucária, sua amada enquanto
se despedia.. rivkahcohen