1 -
Rivkah Cohen |
Olham de longe
as montanhas..
Buscam saber do horizonte
que vê o encontro do céu e da terra
se lhe é difícil
como para elas
esse vazio tão grande
deixado pelo ontem
que foi sumindo,
lentamente se despedindo
ficando só um vestígio amarelo..
O horizonte,
dono dos braços mais longos
afirma às donzelas
que para ele nada some
e que assim é a ótica
de quem só vê de longe.
Acompanha,
mas não abrange
e a mente
não viaja, não sonha
e numa reação ilógica,
se coloca tristonha! |
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2 -
Eme Paiva |
Não há mistério para ser triste,
não vêem as montanhas,
que o sol percorre o céu e à tarde,
cansado,é um louro menino.
Deita-se e dorme
no colo do horizonte, que apaga a luz
e, meigamente, o leva
para amanhecer noutro lugar.
Esse o lenitivo aos que podem ver de longe:
Saber que o sol está dormindo e sonha
o alvorecer num horizonte,
sempre um pouco mais para lá!...
Até que novamente desponte
na porta certa e,
hilariante como menino sadio,
ponha-se no céu a brincar... |
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3
-
Não me olhe de tão longe.
Maria Thereza Neves |
Não me olhe de tão longe
nem com este olhar distante
por que alongar tanto o horizonte ?
Chegue mais , junte os pontos
faça uma ponte
para eu poder ti olhar mais de perto.
Na fria imensidão, escuridão
o teu retrato até desbota
as recordações voam com as folhas
os dias rolam, as noites dormem
e nada mais vem de volta.
Por que ser tão intolerante, arrogante
não me olhe de tão longe
este mundo é tão pequeno
as vezes dura somente momentos, instantes.
Por que alongar tanto o horizonte ?
Chegue mais , junte os pontos
ou destruas todas as pontes. |
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4 - Visão de ótica
Schyrlei Pinheiro |
O barco desaparece na distância,
enquanto navega sobre as ondas,
rumo ao porto seguro.
A primeira visão da terra
é aquela que se eleva do solo,
esperando o abraço
da nau, que chega, e parte
de um ponto finito,
em busca de sonhos,
que voam
para além do horizonte,
onde a luz do dia adormece o ontem,
e o futuro desperta, dourado,
sob azul celeste, mostrando à ilusão,
as cores da verdade, encantando a vida
que pulsa amor,
sempre verde de esperança.... |
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5 -
Yvonne Müller |
Gostaria de saber .como uma montanha
observa ao longe.
Pela estrada dos caminhante.
Os segredos do sol da lua
dos passantes .
Tenho medo dos gigantes.
Tão próximos do céu e da terra .
Eu tão pequena ,tão insignificante,
por mais que eu caminhe para o cume .
A neve derretida me faz voltar.
Começo novamente a observar.
Haverá oportunidade da ótica mudar!
E me transformar.
ao longo do tempo. |
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6 - Testemunhas, Companheiras de Viagem
Tahyane Rangel© |
As velhas e fortes montanhas são testemunhas
da tênue divisória entre o agora e o infinito.
Caladas observam a passagem do tempo
que quase sempre parece repetir-se
mas são diferentes os passageiros momentos.
Montes dourados de sol adormecem prateados
são verdes, azuis, vazios ou habitados?
Nossos olhos criam sonhos, coloridos, facetados,
tão longínquos como a visão da paisagem
que se veste de alegria ou tristeza,
à nossa escolha, também somos passageiros
neste curto caminho da nossa viagem |
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7 - Carroussel
Theca Angel |
Longe, muito longe
onde o horizonte só alcanço
quando avanço a imaginação...
Mora o escultor de meus sonhos!
Da mesma forma como o sol que desponta,
ilumina a terra e dissipa as trevas,
escorregando pelo céu como em um carrossel,
Assim o amor me envia seus raios
ao vislumbre de cada aurora,
para alimentar a aura das minhas ilusões...
Como a verde grama e as flores silvestres,
enriquecem a beleza das montanhas,
e os vales, delas diminuem as distâncias
que ao longe parecem tão pequenas,
assim engana, qual efeito ótico, o amor,
nos passando sensações , sons, emoções
sem a presença , o olhar, o toque.
Tento fugir à mágica hipnose...
mas inebriada pelo desejo da presença
deixo que o ardor dos sentimentos
tomem conta e me conduzam os passos...
Em minhas meditações, fixo o pensamento
para que o adormecer lânguido do sol
por sobre o dorso ondulado das colinas
não desvie a atenção do meu amado.
Que se cruzem no beijo do sol à lua,
as nossas alamedas floridas
e nos tornem unidos ainda que distantes! |
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8 - Dúvidas
Helô Abreu |
Nunca soubestes...
Ou saberás?
Que dúvida angustiante...
Palavras doces me dizes
Cintilantes estrelas me envias
Brilhante sol me alumia
Encandeia-me...
Tu sabes?
O que sabes?
Mas não dizes...
Ah! dúvida que dói!
Sentes?
O que sentes?
Porque não dizes?
Ah! dolorosa inquietação...
Sabes tu que eu vivo,
Depois de antes ter morrido?
Sabes tu que eu desejo,
Retirar dos teus lindos olhos,
A tristeza que lá vejo?
Fazer bater teu coração,
Compassado com o meu
Entregar-me ao teu corpo
E fazer-te recuperar
A alegria que perdestes?
Sabes tu?
Que sei eu?... |
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