Arca da Aliança

 HaBrít Aron  הברית ארון

A Arca de madeira, revestida de ouro, que era guardada atrás de uma cortina, no SANTO DOS SANTOS do TABERNÁCULO do deserto e depois no TEMPLO, em Jerusalém  (Êx.25) No alto da Arca havia dois anjos de ouro, chamados Querubins, e dentro dela ficavam as duas TÁBUAS.           A intocável Arca da Aliança ou também chamada Arca do Pacto, descrita no "Êxodos" foi construída por orientação de Moisés na execução das Ordens Divinas na forma e tamanho, contendo as 2 Tábuas da Lei (os 10 Mandamentos ), a vara de Aarão e um vaso com maná. Sendo transportável, constituía o símbolo da aliança de D´us (e Sua Presença - Shekinah -)  com os Hebreus.

( do Êxodo 25:10 a 16) : Feita de madeira de acácia, 1,11m x 0,666 m x 0,666 m (2,5 côvados de comprimento, 1,5 côvado de largura e 1,5 côvado de altura) .

Para transporte, foram colocadas 4 argolas de ouro, por onde eram passados 2 varais de acácia, sempre presentes, todo o conjunto forrado integralmente a ouro puro.

A tampa (Propiciatório  - "o Kapporeth" - ) era adornada por um conjunto de uma só peça de ouro constituída por 2 anjos ajoelhados e frente a frente, com suas asas também voltadas para a frente e, se tocando,  abertas cobrindo toda a tampa, num gesto protetor defensivo simultâneo na atitude de adoração; o espaço entre os 2 anjos seria a Presença Divina (Shekinah)

Sendo idealizada para ser transportável na travessia do deserto, pertencia a um conjunto religioso pois seria colocada sobre um altar de forrado a ouro e este adornado com uma coroa do mesmo metal ;como receptáculo final haveria o Tabernáculo " משכן " ( - Mishkan - Divina Morada ,  dividido em 3 partes:Átrio Exterior,Santo Lugar e Santo dos Santos ) onde também se encontrava o Candelabro ( Menorá ).

Musée des religions du monde

Era transportada e ritualizada exclusivamente por sacerdotes levitas, mas só o Sumo-Sacerdote lhe poderia tocar no dia da Explanação, no momento em que a Luz Divina se manifestasse.

Intangígel, mortal para quem ousasse , foi o "lei motiv" impulsionador de estrondosas vitórias militares para os exércitos hebraicos , como por exemplo a conquista de Canaã.

Na e para sedentarização das 7 tribos em Canaã, Josué construiu em Siló o 1º tabernáculo para a preservar.

Houve a invasão da Palestina pelos filisteus e a Arca  foi levada para Ebenézer, frente de batalha, mas... o profeta Samuel tivera uma revelação divina inculpando o Sumo-Sacerdote Eli e seus filhos Hofni e Fineias, pelo que as forças hebraicas teriam sido liquidadas e estes mortos e a Arca capturada!

 Foi levada como troféu de guerra para Asdode e colocada no templo do deus dagon ,mas pragas assolaram a cidade, pelo que foi enviada para Ecrom na Flístia e desta, pelos malefícios acontecidos, retornada para a Palestina , até Quirieate onde foi entregue ao Sumo-Sacerdote Eleazar.

O rei David decidiu a construção digna de um grande templo para a resguardar e ser reverenciada, mas foi seu filho, o rei Salomão que concretizou a obra em Jerusalém.

O Templo continha o Oráculo, compartimento de madeira de cedro recoberta a ouro, com anjos semelhantes aos do Propiciatório,  onde ficou a Arca sobre o Altar.

Nada há de concreto sobre o desaparecimento da Arca ,talvez quando Nabucodonosor da Babilônia  (587 AC / 607 AC ?)  conquistou Jerusalém e em que o Profeta Jeremias a teria escondido numa caverna no monte Nebo (II Macabeus) durante o incêndio do Templo.

Teria sido destruída pelos soldados de Nabucodonosor no saque do Templo? Teria sido levada para a Babilônia e desaparecer  ao ser esta saqueada por sua vez pelos Persas, Macedônios,Partos entre outros povos?

É plausível que esteja escondida e perdida em algum lugar , pois a Arca é muito mais que um símbolo desde sempre para o Povo hebraico, totalmente digna dos maiores sacrifícios humanos para a manter longe dos saqueadores e de gentes não dignas de a olharem naquelas épocas conturbadas.

A lenda nasceu, a lenda sempre lançou aventureiros e arqueólogos em tentativas de a encontrar.

Na realidade a Arca existe : é a História do Povo judaico, é a sua religiosidade, o seu ânimo, o crer sempre num futuro promissor, é o seu agarrar ao chão.

Henrique Lacerda Ramalho